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Ratings da Suzano foram rebaixados pela agência de risco Fitch

Os rebaixamentos, de acordo com a Fitch, refletem a elevada alavancagem da companhia.

Ratings da Suzano foram rebaixados pela agência de risco Fitch

A Suzano Papel e Celulose teve seus principais ratings rebaixados pela agência de classificação de risco Fitch Ratings. Os rebaixamentos, de acordo com a Fitch, “refletem a elevada alavancagem da Suzano e as preocupações em relação à capacidade da companhia de se desalavancar rapidamente após a conclusão da fábrica de celulose do Maranhão, que deve entrar em operação no final de 2013 e adicionar uma capacidade de produção anual de 1,5 milhão de toneladas, devido à expectativa de um ambiente de baixos preços de celulose nos próximos dois anos”.

Inadimplência – Entre ratings alterados, estão os de probabilidade de inadimplência do emissor (IDRs) de longo prazo em moeda estrangeira e local, ambas de “BB” para “BB-“; o rating nacional de longo prazo saiu de “A+(bra)” para “A(bra)”; e a 3ª Emissão de debêntures, no montante de R$ 500 milhões, com vencimento em 2014 e 2019, de “A+(bra)” para “A(bra)”.

Os ratings de sua subsidiária Suzano Trading, incorporada nas Ilhas Cayman, também mudaram: o IDR de longo prazo para moeda estrangeira saiu de “BB” para “BB-“; e os US$ 650 milhões em notas seniores (com vencimento em 23 de janeiro de 2021), também tiveram a mesma alteração. A perspectiva dos ratings corporativos é estável.

Produção – A Suzano é a principal produtora brasileira de papel para imprimir e escrever e de papel cartão, com capacidade de produção anual de 1,3 milhão de toneladas. As participações de mercado da companhia, de 35% em papel para imprimir e escrever não revestido e de 26% em papel cartão. A companhia também produz 1,9 milhão de toneladas de celulose de mercado, o que a torna uma das dez maiores produtoras de celulose de mercado do mundo.

Assim como outros produtores de celulose de fibra curta no Brasil, a Suzano se beneficia de uma das menores estruturas de custos de produção do mundo, o que permite fluxos de caixa positivos durante as baixas do ciclo do papel e da celulose.

A vantagem competitiva da Suzano é considerada sustentável. A companhia é proprietária e arrenda 802 mil hectares de terras no Brasil, 436 mil dos quais são usados para desenvolvimento de plantações de eucalipto (349 mil hectares de área própria plantada).

Alavancagem – Pelas projeções da agência, a alavancagem líquida da Suzano deverá alcançar cerca de 6,5 vezes antes da conclusão da fábrica de celulose no Maranhão, em comparação a 5,7 vezes em 30 de junho de 2012. Esta alavancagem é mais elevada do que a inicialmente projetada para a Suzano durante a fase de construção do seu projeto.

O administrável cronograma de amortização de curto prazo da Suzano e a forte posição de seus negócios apoiam os ratings nas categorias “BB-” (BB menos)/ “A(bra)”, apesar de os indicadores de crédito permanecerem elevados para estas categorias.

A Fitch observa que recentemente, a Suzano tomou providências para melhorar sua liquidez, ao concluir uma oferta de ações de R$ 1,5 bilhão, fechar uma linha de crédito stand-by de R$ 2 bilhões e alongar o perfil de amortização da dívida de cerca de R$ 1,2 bilhão.

Pressão – De acordo com a Fitch, “os elevados investimentos da Suzano e os fracos preços da celulose devem pressionar ainda mais o fluxo de caixa livre nos próximos 18 meses. A posição de caixa da companhia poderá se beneficiar da venda de ativos não principais ou por parcerias”.

A Suzano gerou R$ 1,2 bilhão de Ebitda e R$ 770 milhões de recursos das operações (FFO) no período de 12 meses encerrado em junho de 2012. Esses números se comparam ao elevado Ebitda de R$ 1,7 bilhão e R$ 1,2 bilhão de FFO em 2010.

Com investimentos de R$ 2,2 bilhões e dividendos de R$ 96 milhões, o fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 1,4 bilhão no período de 12 meses encerrado em junho de 2012.

No entanto, a agência alega que não espera ações negativas de rating no curto prazo mas que, caso os índices da companhia continuem a se reduzir além dos patamares esperados, novas ações negativas de rating poderão ocorrer. Um enfraquecimento da liquidez da Suzano também pode resultar em ações de rating negativas.

As ações positivas são improváveis no momento, uma vez que a agência acredita que o preço da celulose continuará em níveis baixos a curto prazo, o que limita a capacidade de geração de fluxo de caixa.