O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) deve aumentar suas projeções para a produção de soja este ano em 1,1% no próximo relatório mensal de oferta e demanda, segundo analistas consultados pela Dow Jones. Comunicado divulgado pela agência nesta quarta-feira (7/11) mostra que a autoridade também deve reduzir a previsão para o milho, em 0,7%. O relatório será divulgado nesta sexta-feira (9/11).
A média das estimativas para a produção de soja foi de 2,891 bilhões de bushels, o equivalente a 78,68 milhões de toneladas em 2012/2013, acima dos 2,86 bilhões de bushels (77,84 milhões de toneladas) projetados no relatório do mês passado. As previsões variaram entre 2,72 bilhões de bushels, ou 74,03 milhões de toneladas, e 2,959 bilhões de bushels, ou 80,53 milhões de toneladas.
Com relação à produtividade, a média das projeções ficou em 38,2 bushels por acre (2,56 toneladas por hectare), 1,1% acima da previsão anterior, de 37,8 bushels por acre (2,54 tonelada por hectare).
Para os estoques finais do atual ciclo, analistas previram, em média, 133 milhões de bushels (3,62 milhões de toneladas), volume 2,3% superior à estimativa anterior, mas ainda assim 21,3% menor que o da safra passada. As estimativas variaram entre 115 milhões de bushels (3,13 milhões de toneladas) e 175 milhões de bushels (4,76 milhões de toneladas).
Se confirmada, a projeção de uma produção maior pode atenuar os temores quanto a uma oferta apertada de soja, pressionando as cotações da oleaginosa. Em setembro, os preços do grão atingiram níveis recordes em razão da severa estiagem que atingiu as áreas produtoras norte-americanas. Desde então, com a chegada de chuvas, eles têm caído. Mesmo que a agência aumente sua previsão de produção, a oferta pode continuar muito apertada se houver projeção de maior demanda. O interesse pelo produto tem sido firme mesmo com os preços altos.
Milho – No caso do milho, os analistas esperam, em média, que a produção doméstica dos Estados Unidos some 10,629 bilhões de bushels (270 milhões de toneladas), abaixo da projeção de 10,706 bilhões (271,9 milhões de toneladas) no mês anterior. Estimativas de 21 analistas foram desde 10,1 bilhões (256,5 milhões de toneladas) até 10,881 bilhões de bushels (276,4 milhões de toneladas).
A expectativa é de que a produtividade média do grão fique em 122,1 bushels por acre (7,7 toneladas por hectare), ligeira alta ante a previsão do USDA de 122 bushels por acre (7,6 t por hectare) no mês passado. Apesar do aumento, eles acreditam que a produção total será menor devido a um possível declínio da área colhida. Alguns agricultores abandonaram as lavouras que foram extremamente afetadas pela estiagem.
Se o governo americano realizar outra revisão para baixo da produção de milho neste mês, será o quinto mês consecutivo de recuo da estimativa. Os traders devem observar também se o USDA vai mudar sua previsão para a demanda da indústria de criação de animais e de importadores de milho. As exportações tem sido fracas nas últimas semanas. “Um grande fator de mudança nesse cenário será a demanda por ração”, disse Gidel.
Em média, os analistas esperam que a estimativa do governo americano para os estoques domésticos de milho em 2012/13 seja de 635 milhões de bushels (16,1 milhões de toneladas). O número representa uma alta de 2,6% em relação à previsão anterior, mas é 35,7% inferior ao volume dos estoques em 31 de agosto, fim do último ano-safra. Entre os 19 analistas consultados, o intervalo ficou entre 487 milhões (12,4 milhões de toneladas) a 750 milhões de bushels (19 milhões de toneladas).
Trigo – Os futuros do trigo podem ser os mais influenciados pelas estimativas para o milho do USDA, mas os traders também vão olhar as projeções de produção mundial de trigo e os estoques americanos. Muitos analistas disseram que a previsão do mês passado do USDA para a produção da Austrália, por exemplo, é muito alta.
Em média, os analistas esperam que o governo americano estime estoques domésticos para o fim do ciclo 2012/13 em 666 milhões de bushels (18,1 milhões de toneladas), 1,8% superior à projeção do mês passado e 10,4% inferior aos estoques em 31 de maio, fim do último ano-safra. Estimativas de 17 analistas ficaram entre 625 milhões (17 milhões de toneladas) a 728 milhões de bushels (19,8 milhões de toneladas).