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Grupo Orsa quer sócio para projeto da Jari

Plano prevê atrair um parceiro que aporte US$ 100 milhões para converter fábrica atual, de celulose de eucalipto, para produto solúvel.

Grupo Orsa quer sócio para projeto da Jari

A Jari Celulose, do empresário paulista Sergio Amoroso, está em busca de um sócio investidor disposto a aportar US$ 100 milhões no projeto de conversão da fábrica de celulose de eucalipto de Monte Dourado (PA) em unidade produtora de celulose solúvel, apurou o Valor. A empresa já anunciou que vai paralisar as atividades na fábrica até janeiro, porém nega as demais informações.

A Jari, que faz parte do Grupo Orsa, oficializou os planos de parada da unidade de celulose de eucalipto no Vale do Jari, região amazônica entre os Estados do Pará e do Amapá, no começo deste mês. Com capacidade instalada para 410 mil toneladas anuais, a fábrica é considerada de alto custo e acumulou prejuízos nos últimos anos em razão da baixa escala e de margens comprometidas.

O plano da Jari, conforme fontes ouvidas pelo Valor, é converter e ajustar a unidade para a produção de celulose solúvel, cujos preços de venda seriam mais compatíveis com os custos de produção da fibra no Pará. Com ampla gama de aplicações, a matéria-prima pode ser usada nas indústrias têxtil, de alimentos e medicamentos, entre outras.

Conforme uma fonte, a Jari já teria em mãos estudos relativos à conversão da fábrica e de mercado. Os detalhes do projeto serão discutidos ainda em dezembro e um dos pontos considerados pela empresa é a participação de um sócio estratégico. Nesse caso, caberia ao novo investidor um aporte de US$ 100 milhões.

Modelo similar ao que pode ser adotado pela Jari para o negócio de celulose foi escolhido pelo Grupo Orsa para a reorganização de suas operações de papel e embalagem. Em outubro, a empresa e a americana International Paper (IP), maior produtora mundial de papéis de imprimir e escrever, anunciaram um acordo que prevê a constituição no país de uma joint venture na área de embalagens.

Como parte do acordo, a Jari aportará suas sete fábricas de papelão para embalagem e caixas na joint venture, enquanto os investimentos da IP chegam a R$ 952 milhões, em uma transação que marca a entrada da companhia americana no mercado brasileiro de embalagens.

O mercado de celulose solúvel é visto como “bastante volátil” pela indústria e atraiu novos produtores – sobretudo por meio da conversão de fábricas voltadas a outros tipos de fibra – nos últimos dois anos. Em 2011, os preços da matéria-prima chegaram à casa de US$ 3 mil por tonelada, diante de problemas na colheita de algodão, que reduziram a oferta da commodity. Como a celulose solúvel pode ser usada na fabricação de viscose, houve forte demanda pelo produto por parte da indústria têxtil.

As maiores produtoras mundiais desse tipo de celulose são Sappi, Birla, Sateri – que é dona da Bahia Specialty Cellulose (BSC) -, Rayonier, Buckeye e Lenzing, com 60% da produção.