Com isso, mercados da América do Sul devem ganhar mais espaço devido à baixa oferta do grão.
“Os Estados Unidos devem ter uma safra de 100 milhões de toneladas menor. E eles devem desovar a produção logo no início do ano. O que deve acontecer é a maior procura dos importadores mundiais por outros mercados como o Brasil e a Argentina. Os Estados Unidos devem colocar o pé no freio até que seja definido o consumo interno e depois devem voltar a exportar, se tiverem estoque”, explicou o analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha.
Ainda conforme o Imea, a oferta com valor menor em relação ao produto norte-americano fará que as vendas sejam melhores. O preço de venda dos EUA no porto, em média, está R$ 41,80/saca enquanto no Brasil o preço médio para exportação é de R$ 37,80/saca, ou 9,6% inferior.
Além do bom preço de venda, o Brasil também conseguiu se destacar no volume de embarques. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a outubro a quantidade exportada pelo Brasil aumentou 140%, se comparado com o mesmo período do ano passado. Somente Mato Grosso participou com 43% do total, liderando as vendas externas no país. A comercialização no exterior, no acumulado de 2012, já atingiu 13,1 milhões de toneladas.
E o Brasil já está sentindo os efeitos desta movimentação, segundo o Imea. O preço do milho aumentou 1,8% na quarta semana de novembro, chegando no dia 27 ao valor de R$ 27, correspondendo a US$ 7,60/bushel, mas que acabou encerrando a semana em baixa.
“O milho é muito influenciado por fatores do mercado interno. E esta alteração no mundo causou um pequeno impacto. O aumento foi de 50% nos preços, mas isso pode aumentar nos próximos meses até a colheita do milho. E a média de preço do milho no estado está em torno de R$ 19”, destacou Cleber Noronha.