A presidente Dilma Rousseff disse na sexta-feira, em Moscou, não acreditar que novos países irão suspender a compra de carne bovina do Brasil após a descoberta de um caso “atípico” do agente do mal da vaca louca no país.
Japão, África do Sul e China anunciaram suspensão dos embarques de carne bovina brasileira na semana após a descoberta de um caso “atípico” do agente da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca, em um animal que morreu em 2010, no Paraná.
Dilma disse não temer um efeito dominó na suspensão das importações e que o governo está analisando se houve demora no anúncio do caso.
“Estamos olhando por que houve tamanha demora”, disse Dilma a jornalistas.
“Nós estamos fazendo toda uma análise nesse sentido. A primeira informação que nós temos é que foram feitos vários exames, porque não tinha uma caracterização precisa de que havia o vírus. Não havia isso. Está claro que é incipiente”, disse.
A vaca de 13 anos mantida para fins de procriação morreu de outras causas em 2010, no Paraná, e nunca desenvolveu a doença. Mas um teste realizado no animal acusou um resultado positivo para o agente causador da doença, uma proteína chamada príon, que pode ocorrer espontaneamente em bovinos mais velhos.
Nesta condição, que foi confirmada na semana passada após testes realizados pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), os animais são classificados como tendo “EBB atípica”, o que pode ou não causar a doença, dizem as autoridades agrícolas brasileiras.
A decisão da China, Japão e África do Sul de suspenderem as importações do Brasil não afetou as vendas do produto, já que eles são pequenos consumidores da carne brasileira, segundo as empresas do setor.
Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil vendeu 1,024 milhão de toneladas de carne bovina ao mercado internacional.