Segundo um novo estudo, os cientistas estão próximos de criar uma vacina “universal” contra influenzas, capaz de neutralizar vários tipos de cepas da doença, incluindo o vírus H1N1 ou Influenza Suína, e o H5N1 ou Influenza Aviária.
Os pesquisadores afirmaram que as pessoas que foram infectadas na pandemia de H1N1 desenvolveram uma resposta imunológica anormal, criando anticorpos que podem protegê-los de todas as cepas sazonais H1N1 da última década, da mortal “gripe espanhola” de 1918 e da até mesmo da estirpe H5N1 (Influenza Aviária).
Graças a isso, os especialistas dizem que uma vacina universal é realmente possível. Os pesquisadores começaram a produzir anticorpos em 2009, a partir de 9 pessoas que foram infectadas na primeira onda de H1N1, antes de qualquer vacina ser produzida.
As vacinas e medicamentos atuais da gripe focam em proteínas encontradas na superfície do vírus da gripe, chamadas hemaglutinina e neuraminidase, que dão aos vírus da Influenza A seus nomes, como H5N1 ou H1N1.
A hemaglutinina é uma estrutura em forma de pirulito, com uma cabeça redonda e grande. Essa cabeça é tão grande que atrai a maioria dos anticorpos do sistema imunológico; o problema é que se transforma rapidamente.
Dois anos atrás, pesquisadores constataram que os anticorpos que se ligam não a cabeça, mas ao cabo do “pirulito hemaglutinina” sofrem menos mutação, fornecendo um alvo perfeito para uma vacina capaz de neutralizar uma série de diferentes vírus de influenzas.
Anteriormente, os cientistas achavam que este tipo de anticorpos era muito raro. Mas nos pacientes de H1N1, eles eram surpreendentemente abundantes. Isso pode ser porque o vírus H1N1 é diferente de outras estirpes de gripe, então o sistema imunológico produz mais anticorpos para as únicas partes do vírus que reconhece – o “cabo” ou região do colmo.
Uma equipe do Instituto Nacional de Saúde americano está testando uma vacina em duas etapas que usa o DNA desses anticorpos para que o sistema imunológico o reconheça, seguido por uma vacina contra a gripe regular.
Um estudo realizado em julho mostrou que esta abordagem de duas fases protegeu ratos e furões contra cepas de gripe de 1934 a 2007. Agora, a vacina está sendo testada em pessoas.