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Água

Exemplo da Sadia

Em Pernambuco, moderna fábrica de embutidos da Sadia foi desenhada para operar com 100% de água pluvial.

Exemplo da Sadia

A necessidade de alto consumo de água e a preocupação com a redução no uso levou a Sadia a construir a sua última planta, em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, obedecendo a um novo modelo. A fabricante de embutidos foi desenhada para operar com 100% de água pluvial. “Essa unidade industrial é a mais moderna e tem um índice de 42% de reúso, inclusive com captação e utilização de água de chuva na sua totalidade”, afirma Wilson Newton de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF Brasil Foods.
Mello Neto se mostra bastante preocupado com a questão da economia da água e acredita que ela será o grande diferencial entre as indústrias alimentícias brasileiras e internacionais. “O Brasil tem um potencial competitivo e diferenciado devido à abundância de água em relação a outros países. Ou seja, se cuidarmos bem da nossa água, ela será no futuro um diferencial competitivo importante para o país e para as indústrias de alimentos instaladas por aqui”, acredita.

O vice-presidente explica que a unidade pernambucana tem plenas condições de funcionar independentemente de uma segunda fonte fornecedora. “Mesmo que haja apenas um volume regular de chuva, será suficiente para abastecer toda a unidade”, diz. Hoje a BRF Brasil Foods conta, ao todo, com 60 plantas, e mais da metade delas está adaptada a uma tecnologia avançada. A conclusão desse processo vai depender do volume de investimento previsto para os próximos anos, de acordo com o executivo, ao ser questionado quanto de toda a cadeia produtiva estará equipada com a nova tecnologia.
O vice-presidente ressalta ainda que a companhia sempre manteve-se focada em economizar água, sabendo que “o nosso negócio utiliza a água com muita intensidade e, como é um recurso finito, estamos sempre discutindo a melhor maneira de utilizá-lo”. “Isso fez com que a empresa há muitos anos trabalhe na direção de desenvolver maneiras e ferramentas de melhor aproveitamento desse recurso escasso”, acrescenta. Ele lembra que as indústrias do setor têm uma limitação no reúso da água. “Não podemos reusar a água na nossa produção. Isso faz com que a companhia tenha uma restrição legal que nos coloca numa situação de ter de usar o instrumento do reúso para atividades paralelas e secundárias”, diz.
Apesar dessa restrição, Mello Neto acha que os níveis de economia já contabilizados pela companhia são satisfatórios. “Acreditamos que temos um percentual excepcional que é de 20% de reúso de água, o que significa aproximadamente 16 milhões de metros cúbicos de economia por ano”, afirma. Segundo ele, essa redução no uso seria suficiente para abastecer anualmente uma cidade com 275 mil habitantes. “A BRF Foods vem com esse ritmo ano após ano e temos mantido essa taxa de 20% apesar de nossa produção crescer regularmente. Ou seja, mesmo com o aumento da produção, a empresa consegue manter esse índice de reutilização”, garante.
Comparando com o índice obtido em 2008, a BRF Foods tem motivos para comemorar. Há menos de dois anos a redução era da ordem de 17,5%, passando para 20,2% em 2009 e atingindo 20,4% no ano seguinte. “Em 2011 a tendência é que esse número se mantenha estável ou aumente. Esse é um número que tem que melhorar ou pelo menos se manter ano a ano. É um desafio que nos colocamos internamente. Temos feito um grande esforço em aplicar novas tecnologias, principalmente nas unidades mais novas”, conta. De acordo com Mello Neto, nas plantas mais antigas a empresa tem feito um trabalho de adequação e melhoria no equipamento para que seja “mais inteligente” do ponto de vista de utilização da água. “Nas plantas mais modernas já existe uma estrutura que permite a aplicação de tecnologias mais modernas, o que faz com que a performance seja muito superior às demais”, afirma o vice-presidente.
A fábrica de Vitória de Santo Antão, inaugurada em 2009, produz embutidos, como mortadela, apresuntado, salsicha, linguiça cozida e lanche. A unidade tem capacidade para fabricar 147 mil toneladas por ano e deverá gerar uma receita adicional à empresa da ordem de R$ 390 milhões por ano. Os investimentos no projeto totalizaram R$ 300 milhões. O empreendimento faz parte de um antigo projeto da companhia de instalar uma unidade fabril no Nordeste. Estudos mostram que o Nordeste é a região em que o potencial de consumo mais cresce no País.