A Argentina pode ressuscitar um imposto polêmico sobre a exportação de grãos, segundo noticiou um jornal do país neste domingo. A medida teria o potencial de aumentar as tensões com os produtores rurais, no país que é um dos principais fornecedores de grãos do mundo.
Um plano para aumentar impostos sobre a exportação de soja em 2008 motivou protestos em todo o país. As manifestações afetaram os mercados globais de commodities e a popularidade da presidente Cristina Fernandez, que planeja se reeleger em outubro.
“O governo trabalha num novo sistema fiscal para estabilizar a renda dos produtores e permitir que o Estado fique com parte da receita vinda do aumento de preços”, publicou o Página 12, jornal conhecido pelos canais junto às autoridades.
O governo planeja encaminhar o projeto ao Congresso para aprovação, segundo o jornal. Além da taxação, o governo também planeja outras medidas para elevar a intervenção sobre o comércio de grãos. Ninguém do governo estava imediatamente disponível para comentar a reportagem.
Em janeiro, um protesto de fazendeiros contra cotas de exportação impostas pelo governo suspendeu a venda de grãos por uma semana e reavivou o conflito com o governo. Os fazendeiros afirmam que o sistema prejudica a renda do setor em um momento de alta nos preços das commodities.
A Argentina é a maior exportadora mundial de óleo de soja e a terceira maior exportadora de soja em grão. O país também é um grande fornecedor de trigo e o segundo maior exportador de milho depois dos Estados Unidos.