O bem-estar animal ocupa lugar central entre as preocupações da suinocultura mundial. O aperfeiçoamento das condições de criação e abate dos animais no processo produtivo suinícola é hoje um objetivo perseguido em todos os países grandes produtores de suínos. O esforço se justifica. Longe de ser um modismo, a garantia do bem-estar animal é uma exigência moderna. É cada vez maior o número de pessoas interessadas em saber como seu alimento é produzido e, mais do que isso, preocupadas em conhecer a maneira como os animais são tratados/criados.
A valorização do bem-estar animal é uma tendência crescente e que veio para ficar, e não apenas para atender aos anseios éticos da sociedade, mas também por questões de produtividade. Animais criados dentro de sua zona de conforto, longe de situações de estresse, são mais produtivos e têm carne de melhor qualidade.
O tema, no entanto, não é tão simples quanto parece. Conceituar bem-estar animal é algo difícil. Seu significado geralmente não é preciso. Há muita literatura sobre o tema e pouca comprovação científica. Existe ainda um abismo entre a teoria do bem-estar animal e a prática da produção de suínos. Complexo, o tema bem-estar animal levanta várias questões importantes para o futuro do setor suinícola. O principal desafio, porém, talvez seja o de aprimorar as condições de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva sem comprometer a viabilidade econômica da atividade suinícola.
Grande fórum – Essa e outras questões serão amplamente debatidas durante o 1º Fórum Internacional de Especialidades Aplicadas à Suinocultura – Teoria e Prática do Bem-Estar Animal na Produção de Suínos, promovido pela Integrall Consultoria. Programado para acontecer entre os dias 14 e 15 de abril, em Curitiba (PR), o Fórum Integrall de Suinocultura (1º FIS), vai reunir especialistas de todo o mundo para discutir os rumos do bem-estar animal na produção brasileira. “O bem-estar animal é um tema atual e de extrema importância. É louvável a iniciativa da Integrall em promover esse fórum”, afirma Alexandre Furtado da Rosa, diretor Superintendente da Agroceres PIC, patrocinadora “Ouro” do evento. “É muito importante aprofundar as discussões sobre o assunto, conhecer a experiência de outros países, o que diz a legislação brasileira, ficar por dentro das tendências, até para formar uma massa crítica sobre o tema no meio técnico brasileiro. Isso nos ajudará a nortear nossas decisões quando necessário”, completa.
Para Furtado da Rosa, é imprescindível para um país como o Brasil, grande produtor de suínos, ter domínio das perspectivas do bem-estar animal na suinocultura. “Se o Brasil pleiteia um maior espaço no mercado mundial de carne suína tem que se diferenciar. Não basta mais ofertar carne de qualidade a baixo custo. Isso hoje é denominador comum. É fundamental atender às novas exigências do mercado internacional como segurança alimentar, respeito ao meio ambiente, rastreabilidade e bem-estar animal”, argumenta.
Realidade norte-americana – Além de patrocinadora do evento, a Agroceres PIC também será responsável pela participação do pesquisador norte-americano Wes Jamison, professor da Palm Beach Atlantic University, dos EUA. Em sua palestra no 1º FIS, Jamison falará sobre os aspectos ideológicos e mercadológicos do bem-estar animal na suinocultura e sobre como os produtores norte-americanos vêm lidando com essa nova realidade.
Há hoje nos EUA uma escalada das exigências de bem-estar animal. Mais liberal, o governo Barack Obama, vem promovendo uma maior regulamentação nessa área (e também na área ambiental). Os grupos que defendem os direitos dos animais vêm obtendo sucesso na aprovação de leis. As gaiolas de gestação já estão proibidas em sete estados americanos. Há discussões em andamento em Missouri e Ohio visando o banimento. Em sua apresentação, o pesquisador vai avaliar o impacto do bem-estar animal na produtividade e nos custos de produção da atividade suinícola e traçar um histórico recente do bem-estar animal do ponto de vista do consumidor e da indústria.
Agroceres PIC e bem-estar animal- Líder mundial, a PIC (Pig Improvement Company) já considera o item “bem-estar animal” em seu trabalho de melhoramento genético. Os diferentes sistemas de produção estão todos integrados nas avaliações genéticas da empresa. Isso significa que durante o desenvolvimento dos novos programas, os técnicos da PIC analisam e avaliam o comportamento dos animais criados em baias e em gaiolas nas granjas-núcleo. No Brasil, a Agroceres PIC produz uma série de estudos técnicos e informativos sobre o tema e promove o treinamento de sua equipe, sempre enfatizando a correlação entre bem-estar e produtividade.