A quinta-feira foi de novos tombos nos preços de diversas commodities agrícolas no mercado internacional. Mais uma vez pressionadas pela crise da Grécia e pela valorização do dólar, e desta feita também pela decisão do Senado dos Estados Unidos de cortar os subsídios ao etanol de milho no país, as cotações dos grãos vieram abaixo na bolsa de Chicago e o movimento teve reflexos também em outros mercados.
Entre os três grãos mais negociados em Chicago, a maior queda de quinta-feira foi a do trigo. Os contratos do produto com vencimento em setembro, que ocupam a segunda posição de entrega – normalmente a de maior liquidez – fecharam a US$ 7,0825 por bushel, em baixa de 31 centavos de dólar (4,19%). Foi a quarta desvalorização seguida, o que ampliou as perdas acumuladas no mês para 14,87% e no ano para 13,71%, segundo o Valor Data. Nos últimos 12 meses, ainda há alta de 48,56%, o que significa que os preços seguem em elevado patamar.
Já os futuros de segunda posição (setembro) do milho fecharam a US$ 6,8450 por bushel, 20,25 centavos (2,87%) a menos que na quarta-feira e também a quarta baixa seguida. Em junho, a desvalorização chegou a 4,60%, mas ainda há ganhos acumulados em 2011 (7,54%) e nos últimos 12 meses (87,15%). Na soja, a segunda posição (agosto) recuou 14,75 centavos (1,08%), para US$ 13,50 por bushel. Assim, a soja não só passou a acumular quedas de 1,6% neste mês e de 3,78% em 2011, mas a alta em 12 meses caiu para 42,89%.
Para os três produtos, não foram apenas os movimentos financeiros que ajudaram o fortalecimento do dólar, que tiraram sustentação das cotações na semana. A melhora do clima em regiões produtoras dos EUA também ajudou a pressionar os mercados. Mas o lado financeiro prevaleceu, como também aconteceu com “soft commodities” negociadas na bolsa de Nova York. Dessa lista, quem mais caiu foi o algodão, cujos contratos de segunda posição (outubro) já aparecem com baixa de 13,26% em junho.