O Brasil todo tem de alguma forma acompanhado. Parte da suinocultura brasileira tem vivido mais uma ou a continuidade das já conhecidas Crises da Suinocultura.
A crise se repete e nosso comportamento também. Igual, idêntico, como se não fosse verdadeiro o antigo ditado que diz: “Não adianta fazer a mesma coisa, dia após dia e esperar que o resultado seja diferente”. Esta tem sido a nossa conduta e de nossas lideranças.
Por mais que nos esforcemos – cada liderança tenta cumprir o seu papel – não percebemos ou não conseguimos juntar e cumprir um papel em comum: identificar as causas e tratá-las juntos.
Percebi isso nitidamente na Audiência Publica da Suinocultura, que aconteceu recentement a pedido do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi e proposta pelo Deputado Moacir Sopelsa. A reunião aconteceu na Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Foi uma idéia válida com propósito definido: levar aos parlamentares as dificuldades do setor e com eles buscar alternativas. Iniciativa mais do que justa – até porque esta é a função do parlamentar.
Nosso gargalo foi percebido na audiência. Nossa fragilidade é exposta quando as demais entidades participantes deste evento não conseguiram um consenso comum com a entidade proponente e o inverso também é verdadeiro. Não houve um documento ou objetivo em comum.
A ACCS encaminhou e defendeu sua posição e sugestão. A Embrapa – que não pode se fazer presente – encaminhou em carta ao presidente da mesa suas sugestões, diferentes das já defendidas. O Instituto Nacional da Carne Suína (INCS) por sua vez participou, elogiou a atitude, mas defendeu uma terceira pauta. Produtores, na grande maioria INDEPENDENTES, também estavam na reunião. Audiência pública é para isso: levantar as mais diversas dificuldades, alternativas e críticas. A agroindústria representada na mesa pelo Sindicarne – mas que não compra – tão menos tem algum tipo de responsabilidade com o público presente no evento.
Entenda quem puder, é neste contexto que se perdem os objetivos e com eles as esperanças. Fragilizam-se as entidades e caímos em descrédito. As crises vão e voltam sem que algo realmente de concreto e duradouro consiga ser feito. Todos sabem que não existe solução rápida e fácil, mas algo pode e deve ser feito. Quando a atividade – seja ela qual for – der boa rentabilidade, ótimo! Trabalhe com a renda. Quando não der, use o cérebro para pensar, preferencialmente em comum.
Enquanto prevalecerem as vaidades pessoais de cada liderança será impossível termos uma solução para todos. Sem contar que cobramos do setor união e nem mesmo nós, lideranças – um número bem menor de pessoas -conseguimos. Isto é pregar moral de cueca.
Wolmir de Souza, presidente do Instituto Nacional da Carne Suína (INCS)