O presidente da BRF Brasil Foods afirmou, há pouco, que a Rússia sempre usa embargo como força política, referindo-se à lista de mais 37 empresas proibidas de exportar para o País. “Estamos misturando venda de alimentos com OMC [Organização Mundial de Comércio]”, disse. Isso porque o mercado acredita que as restrições podem ser uma possível arma do Rússia para obrigar o Brasil a indicar o País como novo integrante da Organização.
Fay não detalhou exatamente o impacto dessa restrição para a Brasil Foods, que já tinha tido plantas embargadas em lista anterior. Ele afirmou, porém, que a companhia não espera recuperar as perdas deste advento. “O que passou, passou”.
Fay citou a China, que pode vir a ser uma opção à Rússia no futuro, com a recente abertura do mercado, mas diz que a companhia ainda não fechou nenhum contrato de exportação para a região. “Entre abrir o mercado e começar o fluxo leva tempo”, afirmou.
A perspectiva do mercado, segundo ele, é que a questão do embargo estivesse solucionada até setembro, porém, com os acontecimentos dessa semana, Fay acredita que o problema possa se estender e que, com a crise na Europa, novos embargos possam vir para proteger o mercado interno dos países em recessão.
Mesmo assim, ele julga que o governo brasileiro está fazendo um bom trabalho para reverter o caso. “O ministério [da Agricultura] está trabalhando forte nisso. Está se esforçando, mas depende dos russos”, disse.