Beneficiados pela escalada nos preços dos alimentos, os agricultores americanos deverão colocar no bolso US$ 103,6 bilhões em 2011, de acordo com previsão divulgada ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O valor representa um ganho de 31% em relação a 2010, e é o segundo maior da série, iniciada em 1973.
A receita agrícola bruta é estimada em US$ 421 bilhões, um aumento de 15% sobre 2010 e de 38% sobre a média dos últimos 10 anos. Já os custos devem chegar a US$ 318,1 bilhões, superando pela primeira vez a barreira dos US$ 300 bilhões. No entanto, o ritmo de expansão das despesas é menor: 11,3%, sobre 2010, e 34% sobre a média da última década.
Os preços do milho, maior lavoura dos Estados Unidos, dispararam mais de 70% nos últimos 12 meses. Segundo o relatório, a receita com as vendas do grão deve crescer 38% em 2011. No mesmo caminho, as vendas de trigo devem avançar 37% e as de soja, 17%. A alta dos preços abriu caminho uma queda nos subsídios. Em 2011, os pagamentos governamentais devem recuar 17,7% ante 2010, para US$ 10,2 bilhões. O valor é ainda 33% inferior à média observada entre 2001 e 2010. As subvenções baseadas unicamente em níveis de preço desabaram 92% e não devem somar mais que US$ 63 milhões, de acordo com o USDA.