A BRF – Brasil Foods pretende cumprir o acordo com o Cade para a venda de seus ativos e, se o órgão antitruste achar ruim, a companhia pode desistir da aquisição de uma planta de suínos da Doux. “Reconhecemos os limites e restrições impostas pelo Cade”, disse o vice-presidente de Assuntos Corporativos da BRF, Wilson Mello.
A BRF teve outras oportunidades de negócio, desde a assinatura do acordo com o Cade, em julho, mas descartou a maioria. Um dos itens avaliados para descarte foi justamente a chance de má repercussão junto ao órgão antitruste. A negociação com a Doux foi informada aos conselheiros, pois trata-se apenas da compra de uma planta de suínos cuja produção é voltada para o exterior e, na visão da companhia, não teria grande impacto à concorrência.
Para Mello, a negociação com a Doux não pode ser interpretada como algo ruim. Segundo o executivo, o mais importante é que o acordo com o Cade seja, de fato, cumprido. Para tanto, a empresa destacou um “exército” de cem funcionários.
Eles estão trabalhando para manter a participação de mercado das marcas que serão vendidas nos patamares que o órgão antitruste determinou. Pelo acordo, a companhia deve manter os níveis de investimentos nas marcas que vai oferecer à concorrência. Os demais ativos, como plantas, abatedouros de animais e sistemas de distribuição de produtos, também devem ser mantidos em pleno funcionamento para que o concorrente que adquiri-los possa competir com a própria BRF. “O acordo com o Cade é a nossa Bíblia e estamos trabalhando diariamente para cumpri-lo”, enfatizou Mello.