Cientistas holandeses anunciaram nesta sexta-feira (15/01) ter desenvolvido uma técnica que converte células-tronco de músculos de porcos em carne suína: não saiu uma bisteca vistosa, só um pedacinho de 1 centímetro. Eles apresentaram o achado como um caminho para, algum dia, oferecer uma “alternativa verde” à suinocultura, mas admitiram que não chegaram a provar a iguaria.
“Se extraírmos células-tronco de um porco e multiplicarmos por 1 milhão, vamos precisar de 1 milhão de porcos a menos para obter a mesma quantidade de carne”, calculou Mark Post, biólogo da Universidade Maastricht que participa do In-vitro Meat Consortium, uma rede de instituições de pesquisa holandesas que contam com financiamento público para tocar os experimentos.
A carne de laboratório é mole e úmida, e tem menos proteína que a carne “convencional” – portanto, não deve ter gosto de carne de porco.
Uma série de outros grupos – americanos, escandinavos e japoneses – também pesquisam modos de criar carne em laboratório. A Nasa investiu em projeto similar na esperança de que seus astronautas pudessem fabricar no espaço carne para consumo das tripulações. Após resultados desapontadores, acabou desistindo.
“Desde que seja suficientemente barato e tenha sido provado que é cientificamente válido, eu não vejo nenhuma razão para que as pessoas não queiram comer isso”, disse Stig Omholt, especialista em genética da Universidade de Ciências da Vida da Noruega. “Considerando salsichas e outras coisas que as pessoas estão dispostas a comer hoje em dia, isso (comer carne de laboratório) não deveria ser um grande problema”.