Portugal é o país da União Europeia que mais carne de aves consome anualmente, principalmente a de frango. Mas apesar do elevado consumo, o aumento do preço das rações e a nova regulamentação para o setor, que proíbe a criação muito concentrada e exige mamais espaço para as aves, estão levando muitos produtores a abandonar a atividade.
Os primeiros sinais de alarme já soaram no Caramulo, que concentra o grosso da produção nacional. Segundo números do Ministério da Agricultura, cada consumidor nacional come 30 quilos de frango por ano e 180 ovos. O baixo custo, as muitas proteínas e as várias maneiras de cozinhar o frango tornam esta carne a mais atraente.
Em 2003, os nitrofuranos e a gripe das aves geraram uma retração no consumo “mas o setor se recuperou”, adianta o secretário-geral da Associação Nacional dos Avicultores e Produtores de Ovos (Anapo). Mas, “desde 2007 que o aumento do preço das rações prejudicou muitos produtores, que agora não têm meios financeiros para cumprir com a nova regulamentação para o setor, que implica investimentos elevados”, diz Paulo Mota. Para ele, muitas pessoas ficarão desempregadas.
O setor concentra-se principalmente nas regiões da Beira Alta e Ribatejo, totalizando estas mesmas 83% da produção nacional, o que corresponde a 39% do total das explorações de Portugal e “é fortemente exportador”, conclui o dirigente.