O plantio do milho safrinha está concluído na região de Campo Mourão. Com isso, está confirmada uma queda de cerca de 30% na área em comparação à safra passada. Em 2009 foram cultivados 301,4 mil hectares. Já neste ano foram plantados 226 mil hectares. O principal motivo da redução é o preço baixo da comercialização do produto e o alto custo da produção.
De acordo com o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), o engenheiro agrônomo, Gualberto Célio Pinto, ainda não há números sobre a produção, mas ele adianta que as lavouras estão se desenvolvendo bem. “Se continuar assim, teremos uma boa safra”, analisa. No Paraná, o milho safrinha deve atingir cerca de 1,3 milhão de hectares. Área 11% menor que da safra anterior. Apesar da área menor, o volume de produção está estimado em 5,9 milhões de toneladas; 32% a mais que em 2009.
Gualberto observa que a queda na área de cultivo deverá ser sentida no plantio da safra de inverno. “São 75,4 mil hectares a menos de milho safrinha neste ano. Boa parte deverá ser usada com o trigo. Também deverá ter aumento na área da aveia”, assinala. Ele observa que ainda não foi realizado levantamento sobre o plantio de trigo. A dificuldade, segundo Gualberto, será de encontrar semente para esta cultura. “Não tem semente suficiente de trigo. Estamos até tendo semente de outros estados entrando na região”, frisa.
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Soja safrinha
Na região de Campo Mourão a área com a soja safrinha é 40% maior do que a do ano passado. De acordo com estimativas da Seab, neste ano estão sendo cultivados pouco mais de oito mil hectares, contra 11 mil em 2009. O aumento no cultivo desta cultura também é impulsionado pela queda na área do milho safrinha. Porém, os agricultores que optaram pela soja safrinha devem ficar atentos com o vazio sanitário.
O vazio sanitário é o período de três meses – 15 de junho a 15 de setembro –, em que fica proibida a presença de soja no campo. A medida é para eliminar a ferrugem asiática, doença que ataca as plantas causando perdas econômicas significativas nas lavouras.
No ano passado, na região de Campo Mourão, foram notificadas 15 propriedades, sendo que seis produtores foram autuados. Era esperado um número bem maior de notificações, porém a geada que atingiu a região no início de junho acabaram afetando as lavouras e queimando as plantas. O agricultor que desrespeitar, pode sofrer multa de R$ 50 a R$ 5 mil, restrição ao crédito rural, subvenções ou acesso aos programas oficiais do Estado e, em alguns casos, até a interdição da propriedade.
A dessecação da lavoura, para antecipar o ciclo e, conseqüentemente, a colheita é indicada apenas depois que as plantas atingem o estágio de maturação. Aplicações de dessecantes realizadas antes da cultura atingir essa fase do desenvolvimento podem interferir no enchimento dos grãos e aumentar a possibilidade de defeitos como grãos esverdeados.
