Convivendo há anos com períodos durante o ano em que é difícil ter certeza de como estará à temperatura e a situação climática, os produtores do Paraná precisam investir em técnicas que minimizem os efeitos das mudanças de temperatura nas diferentes culturas espalhadas pelo Estado. O setor avícola é um dos que tem a preocupação com a manutenção da temperatura para evitar perdas na produção, já que as aves sofrem com as mudanças bruscas. Os avicultores do Paraná têm investido em técnicas cada vez mais avançadas que minimizam os efeitos das mudanças de temperatura nos galpões de criação, com o objetivo de diminuir as perdas na produção e aumentar o bem-estar das aves, consequentemente aumentando a qualidade da carne de frango produzida no estado.
Dezoito aviários do estado do Grupo Frangos Canção, sendo 12 na região de Floraí, quatro em Indianópolis e quatro no município de Ângulo, na região Norte do Paraná, estão investindo em tecnologia de ponta para o controle de temperatura dos galpões. Serão instaladas nesses aviários as chamadas placas evaporativas, sistema instalado nas entradas de ar dos aviários. O sistema usa o resfriamento evaporativo para diminuir a temperatura do ar e aumentar a umidade relativa do ar, que chega a 70%, e mantém o padrão de umidade ao longo do aviário. As placas, feitas de celulose, promovem um melhor controle da umidade, contribuindo para atingir, tanto no inverno quanto no verão, as temperaturas ideais para a criação de frangos de corte. A estimativa é que com o uso dessas placas a mortalidade de aves em função das mudanças de temperatura diminua em 1,5%. “Com a alta genética desenvolvida nas linhagens de frangos de corte, o ambiente se tornou o principal fator para alcançarmos o peso e desenvolvimento necessário das aves que o mercado nacional e internacional desejam, e as placas têm contribuído muito para isto”, comenta Aguinaldo Bulla, responsável pelo departamento de expansão e integração do Frangos Canção.
De acordo com Bulla, a técnica é completamente diferente da utilizada hoje pelos aviários na questão de controle de temperatura. “Essa tecnologia é a evolução da técnica do dog-house (que utiliza tijolos próprios para aviários, adaptados para permitir a entrada de ar nos galpões). Suas características são completamente diferentes das usadas pelo setor hoje e somente uma empresa no mundo está produzindo esse material para o setor avícola”, comenta Bulla, que acrescenta “somos um dos primeiros abatedouros a investir nessa tecnologia com 100% de padronização”. De acordo com o responsável departamento de expansão e integração do Frangos Canção, a técnica é utilizada da seguinte maneira nos aviários: “as placas são instaladas nas duas laterais das entradas de ar dos aviários, com 17 metros linear por 1,80m de altura. Aqui são utilizados canos de PVC com furos junto à parte superior das placas, para que a água desça entre elas, proporcionando um ótimo ambiente para as aves”.
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As placas evaporativas mostram evolução diante de outras técnicas utilizadas para a manutenção da temperatura também nos quesitos economia e vida útil dos equipamentos. “As placas melhoram significativamente a entrada de ar e com isso baixam a temperatura interna, mantendo o padrão de umidade ao longo dos aviários. Isso faz com que a utilização da nebulização interna passe a ser muita baixa ou quase nula e os exaustores também passam a ser menos acionados, ocasionado com isto economia e durabilidade”, afirma Bulla.
No Frangos Canção, além dos 18 aviários em que a tecnologia será instalada inicialmente, todos os novos aviários já serão construídos utilizando as placas evaporativas. Ao longo do ano, o abatedouro se reunirá com seus integrados para apresentar a técnica aos produtores. “Padronizamos essa técnica para nossa realidade e vamos mostrar aos produtores as vantagens que eles terão se adotarem a tecnologia”, explica Bulla.
