O grande volume de exportações e as dificuldades causadas por gargalos logísticos levaram indústrias e cerealistas a pedir ao Ministério da Agricultura a prorrogação do prazo de comprovação da aquisição de milho dos produtores com subsídios do Prêmio de Escoamento do Produto (PEP).
Na semana passada, a Câmara Setorial de Milho e Sorgo solicitou ao ministro Wagner Rossi o adiamento das exigências burocráticas, cujo prazo expirou no dia 29 de outubro. Se não comprovar as aquisições, os compradores do milho estão sujeitos a penas e sanções. O ofício também foi enviado ao presidente da Conab, Alexandre Magno de Aguiar.
Para aprovar o pedido, será necessária a autorização do Conselho de Administração da Conab. Hoje, uma decisão colegiada proíbe a prorrogação após a realização de leilões, à exceção de situações de calamidade.
O pedido, subscrito pelo presidente da câmara setorial, o empresário Cesar Borges, vice-presidente da Caramuru Alimentos, argumenta que a prorrogação da comprovação do PEP auxiliaria os arrematantes a ter mais tempo para apresentar os documentos. O volume de milho embarcado pelo Brasil em setembro bateu recorde histórico, chegando a 1,93 milhão de toneladas.
“Isso foi feito à custa de grande congestionamento nos portos, onde o milho disputou espaço com açúcar e soja. Houve, e ainda há, filas de navios para serem carregados”, afirmou Borges. Além disso, avaliaram os integrantes da câmara setorial, há lentidão de carregamento do milho no interior do país devido a vários acidentes ocorridos na malha ferroviária de ALL e Vale. “Os terminais de transbordo da rodovia para ferrovia, notadamente em Alto Taquari [MT], enfrentaram recentemente greves-relâmpago e ameaça de greve de parte dos caminhoneiros. Atualmente, Araguari [MG] está em greve”, afirma Cesar Borges