O câmbio é o grande inimigo dos produtores e exportadores de grãos e de carnes. Há um ano, a moeda norte-americana estava a R$ 1,727. Ontem, fechou a R$ 1,663.
O único alívio para o setor é a recuperação da demanda externa por alimentos e a consequente alta de preços.
A manutenção de alta do dólar teria propiciado um cenário mais favorável ao setor.
É o que ocorre com as carnes. Enquanto o dólar caiu 4% em 12 meses, os preços das carnes se recuperaram.
A carne suína “in natura” está a US$ 2.558 por tonelada no exterior, 26% mais do que há um ano.
Apesar da atração dos preços externos, esse mercado não tem sido muito o foco da indústria de carne suína. A demanda interna é sustentável e os preços remuneram.
As exportações deste ano somam 412 mil toneladas, 8% abaixo das de igual período de 2009. As receitas superam US$ 1 bilhão (mais 14%).
A carne bovina também tem boa valorização no ano. Em setembro, o País recebeu US$ 4.169 por tonelada de carne “in natura” exportada, 17% mais do que em igual mês do ano passado, segundo dados da Secex.
A carne “in natura” de frango foi a que menos subiu. Os preços estão em US$ 1.665, apenas 6% acima dos de igual período anterior. O patamar do câmbio dificulta a vidas dos exportadores.
Com a retomada do consumo e a demanda maior, principalmente da Rússia e da China, as exportações de carne de frango podem bater recorde neste ano, mas as receitas ficam bem abaixo do maior valor obtido pelo setor, em 2008: US$ 6,95 bilhões.