Os produtores brasileiros de milho ganharam uma nova perspectiva diante da valorização na bolsa de Chicago – mercado considerado a referência para a formação de preços internacionais. Apesar de terem encerrado a quinta-feira em queda de 0,3% naquele mercado, a US$ 5,785 por bushel, no início da semana as cotações atingiram o nível mais elevado em dois anos. Essa valorização se deve a um conjunto de fatores. Entre eles está uma safra menor que o esperado nos Estados Unidos, o aumento de importações da Europa depois da seca na Rússia e, principalmente, a possibilidade de a China importar mais que o estimado pelo próprio país.
“Tudo que envolve a China mexe com o mercado. Isso, contudo, permitirá que o Brasil exporte um volume perto de 9 milhões de toneladas neste ano”, afirma o consultor Leonardo Sologuren. Segundo ele, o Brasil tem potencial para exportar mais que a Argentina, que no ciclo 2009/10 embarcará 15 milhões de toneladas, segundo o último relatório do departamento de agricultura americano (USDA).
Na avaliação do consultor, o Brasil tem produção suficiente para exportar, existe demanda no mercado pelo produto brasileiro, mas as condições logísticas impedem um avanço do País no cenário internacional. “Para tirar o milho de Mato Grosso e levar até o porto se paga mais pelo frete do que pelo produto. Enquanto esse problema não for solucionado precisaremos de ajuda do governo para exportar milho”, afirma.
Ainda em Chicago, os preços da soja terminaram a quinta-feira em alta de 12 centavos de dólar (1%), com os contratos para janeiro valendo US$ 11,99 por bushel.