É cada vez maior o número de cooperados da Coasul Cooperativa Agroindustrial que apostam no seu projeto avícola. Desde 2009, a cooperativa vem se preparando para o início do abate no frigorífico em São João, PR. São 13 aviários prontos, 40,4 mil metros quadrados de área construída, e que segundo o Gerente do Fomento Avícola, Joares Carlos Gobbi, somam um total de 300 mil aves/mês. De acordo com ele, esse número só deve crescer, tendo em vista que mais 10 aviários estão sendo construídos e outros 20 estão sendo reformados dentro dos padrões da cooperativa para atender o início do abate.
O produtor e cooperado da unidade de Itapejara D’oeste, Anderson José Deluque, é um desses cooperados que apostou na ação da Coasul. Antes do projeto da cooperativa ele só produzia grãos e não apostava na avicultura. Mas, em 2009 ele construiu um aviário do padrão 150 X 16m, com capacidade para 35.000 aves. Deu tão certo que já começou a construção de outro ao lado do que já existia. “Acreditei no projeto, inovador, técnico e bem executado desde o começo com toda a tecnologia. Como estou achando ser um bom negócio, rentável, espelhando-me nos lotes do aviário que já possuo, resolvi então fazer mais um”, comemora Deluque.
E não são só estreantes na área que acreditam no potencial da Coasul. Estão em reforma 20 aviários que estavam desativados ou que pertenciam a outras integrações de aves. Conforme explica o Gerente, alguns cooperados fomentaram a construção do abatedouro de aves e hoje querem se integrar e trabalhar com a Coasul também na avicultura. “A expectativa é de que até o final do ano sejam produzidos de 35 a 40 mil aves por dia”, revela Gobbi.
Para isso os aviários reestruturados têm papel fundamental, já que um novo leva um tempo bem maior para ficar pronto, e assim como conta Gobbi, com 60 dias é possível deixas um aviário pronto para receber os pintainhos conforme as especificações da cooperativa. Ele lembra que são muitas as vantagens para o produtor: “todo nosso trabalho é transparente. O avicultor participa efetivamente da administração do seu empreendimento, além de receber toda a assistência técnica e acompanhamento necessário. Esse é nosso principal diferencial, o suporte técnico e administrativo”.
Sabendo desses benefícios do projeto avícola da Coasul, muitos cooperados estão adequando seus aviários para também participarem. É o caso do associado de Bom Sucesso do Sul, Evalcir de Vargas, que há dois anos tinha em sua propriedade dois aviários sem uso. “Nossa família trabalha com avicultura desde 1983. São 27 anos no ramo, mas há dois anos a atividade se tornou inviável para nós, por isso desativamos os aviários”, relata Vargas.
Contudo, o cenário mudou. O avicultor conta que há anos trabalham com a Coasul, entregando grãos e adquirindo defensivos. “Agora a cooperativa apresentou essa alternativa para aumentar a renda do produtor. É uma garantia a mais”, confessa. Os principais benefícios apontados por ele é a tecnologia empregada no projeto e a garantia de preço e recebimento. “A gente vê alta tecnologia como retorno de investimento. Tudo que se vai trabalhar hoje tem que ser com tecnologia, desde a roça. Os aviários da Coasul são de primeiro mundo, garantindo resultado sobre o investimento que estamos fazendo”, destaca cooperado.
No caso de Evalcir, Joares Gobbi, conta que um dos aviários não foi possível reformar. Segundo ele se tornava inviável. Nos aviários que estão sendo reformados são feitas diversas mudanças de acordo com a especificidade da propriedade. Mas, as mais comuns são principalmente a forração de cor amarela para a preta. “Dessa forma o aviário se enquadra no sistema Dark House. Há alterações no sistema de ventilação, uma vez que nesse sistema é preciso pressão negativa e ambiente escuro, por isso, melhora-se a ventilação e aquecimento. O aspecto sanitário também é importante e por isso recebe atenção na reforma, como cercar o aviário, arco de desinfecção e sala de entrada. E com certeza todos os aviários, mesmo os reformados ficam nos padrões que a cooperativa esta trabalhando para ingresso no mercado externo”, reforça Gobbi.
Para aqueles que desejam integrar-se a Coasul, Joares explica que a Coasul não está buscando tirar cooperados de nenhuma outra entregadora, “mas o cooperado que queira trabalhar com a cooperativa deve entrar em contato com a equipe do fomento avícola para obter as informações necessárias de viabilidade”.
Aviários
Atualmente a cooperativa dispõe de 13 aviários, sendo 10 de 150 X 16m e três de 150 X 36m. São dois em Itapejara D’Oeste, um em São Jorge D’oeste, seis em São João e quatro em Chopinzinho. Segundo o fomento avícola da cooperativa, com esse número de aviários, se o abatedouro de aves da Coasul estivesse em funcionamento já seriam 15 mil aves dia para o abate. Até lá, os frangos são abatidos em parceria com a Coopavel em Cascave (PR).
Características – Todos os aviários da Coasul devem obedecer às normas da legislação ambiental, de acordo com a Resolução nº 24/2008, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema). Ele salientou as principais tecnologias disponíveis e infra-estrutura exemplar: barracão totalmente em alvenaria e ferro, nebulização com alta pressão, ventilação com velocidade acima de 2.7 metros por segundo, quadro de comando para automação, arco de desinfecção, central de aquecimento e sistema de fornecimento de água e ração automáticos, cerca para isolamento do aviário, gerador de energia elétrica e sistema Dark House.
Este último é um sistema de controle rigoroso de luminosidade, em que as aves permanecem em torno de 20% do dia no escuro e 80% com luz artificial controlada, o que possibilita o bem-estar das aves. O quadro de comando para automação, por exemplo, possuem múltiplas funções, como o controle da umidade relativa do ar e da temperatura interna do aviário, controle da abertura e fechamento da cortina na entrada de ar, controle de ganho de peso diário através do sistema de pesagem e acesso aos dados do aviário por meio da internet.
Para amenizar os riscos sanitários, os aviários serão isolados com cerca de tela, portaria com arco de desinfecção e uma sala de entrada para banhos e troca de roupas. De acordo com Gobbi, “são tecnologias que refletem no aumento da produtividade, redução na conversão alimentar, qualidade na carcaça, maior quantidade de quilos por metro quadrado, melhor ganho de peso diário e, conseqüentemente, maior renda financeira, melhor viabilidade econômica”.
Outro ponto enfatizado é a logística. O transporte é fundamental para todo o processo industrial. Por isso a Coasul se preocupou em planejar tudo nos mínimos detalhes. O transporte das aves até o frigorífico será feito por carretas com capacidade para 675 caixas, e o transporte de ração com caminhões de quatro eixos com suporte para 20 ton. Os acessos aos aviários são adaptados para as manobras.