Missões sanitárias do Japão e da Coreia do Sul virão ao Brasil no primeiro trimestre de 2011 inspecionar unidades de produção de carne suína em Santa Catarina. A informação é do secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto. Caso instalações do Estado sejam aprovadas e habilitadas pelos técnicos asiáticos, o Brasil terá dado um passo decisivo para entrar em dois dos maiores mercados de carne suína do mundo, que juntos importam cerca de US$ 5 bilhões do produto por ano. “O Japão já confirmou a vinda da missão e apenas depende de um roteiro de visita, a ser enviado pelo Brasil, para que uma data seja marcada.
Quanto à Coreia, uma definição da visita deve sair até amanhã”, disse Porto. O secretário reuniu-se hoje com autoridades do governo da Coreia do Sul para discutir questões comerciais e sanitárias em um hotel no centro da capital paulista. O encontro prossegue amanhã. A abertura do mercado sul-coreano está sendo negociada desde 2006 e o reconhecimento de Santa Catarina pelos Estados Unidos como área de livre de aftosa sem vacinação beneficiou as negociações.
O secretário observou que japoneses e sul-coreanos têm regras muito rígidas de sanidade e que, embora cerca de 40 unidades de Santa Catarina estejam habilitadas para exportação, apenas de cinco a dez devem atender aos padrões de ambos. “Talvez não tenhamos muitas unidades que possam exportar para esses países, mas já é um começo”, disse Porto. Ele ainda considerou que uma eventual abertura desses países para a carne suína catarinense incentivaria os empresários do Estado a melhorar suas instalações para exportar para aqueles mercados.
Porto contou que esteve no Japão em 2008 e percebeu que o país está muito preocupado com a segurança alimentar. “Existe uma percepção entre os grande importadores de que o Brasil se tornou um fornecedor estratégico de alimentos”, declarou. Potencial de mercado Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as importações de carne suína da Coreia do Sul deverão crescer 12% em 2011, para 420 mil toneladas, de 376 mil toneladas neste ano. No Japão, o crescimento deverá ser mais modesto, de 0,5%, para 1,157 milhão de toneladas em 2011. Neste ano, as compras devem somar 1,151 milhão de toneladas. Os Estados Unidos são o principal fornecedor de carne suína para os dois países.