A primeira quinzena de novembro marcou a passagem das cotações da soja por US$ 13 por bushel, patamar que não se via na Bolsa de Chicago desde junho de 2008. O salto da oleaginosa, que há pouco mais de um mês era negociada a US$ 10,65, foi provocado pela combinação das reduções nas estimativas de safra e de estoques finais dos EUA com as dúvidas em relação ao futuro das lavouras sul-americanas em ano de La Niña, fenômeno que costuma resultar em um regime de chuvas mais modesto na porção meridional na América do Sul.
Agora, a principal pergunta do mercado diz respeito à capacidade das cotações continuarem subindo. A resposta, claro, vai depender da evolução do cenário descrito acima, mas também deve sofrer muita influência dos acontecimentos dos mercados externos, principalmente o de câmbio, e da briga por área no próximo plantio norte-americano. De um lado, fica o temor de uma forte reação do dólar, com a consequente fuga de ativos mais arriscados como as commodities; de outro, vem o potencial suporte de uma disputa que envolve outra cultura, o milho, que também precisa trabalhar com preços mais altos para racionar a demanda e atrair plantio na safra 2011/12 nos EUA.