Termina amanhã em Mato Grosso o vazio sanitário para o plantio de soja no Estado. Com isso, o cultivo do grão passa a depender apenas do início da temporada de chuvas, que está prevista apenas para outubro. “Precisamos de uma chuva de pelo menos 60 milímetros para começar a plantar”, diz Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Apesar da preocupação com o clima, o aumento de preços elevou o otimismo dos produtores. Estimativas do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) apontam para uma estabilidade na área plantada em comparação ao ciclo 2009/10, em 6,2 milhões de hectares. Até julho, a estimativa era de retração de 2%.
Em agosto, os preços médios de Chicago subiram 4%. Além disso, apensar de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter elevado sua previsão para a safra mundial, nas entrelinhas, a entidade elevou também o intervalo em que as cotações deverão oscilar na safra 2010/11. No relatório de agosto a estimativa era de preços entre US$ 8,50 e US$ 10,00 por bushel. No documento da última sexta-feira, o intervalo foi corrigido para valores entre US$ 9,15 e 10,65 por bushel.
A alta nos preços, no entanto, travou a comercialização. Dados da Céleres mostram que 14% da safra 2010/11 já foi comercializada, exatamente o mesmo percentual da semana passada. Em Mato Grosso, onde os negócios antecipados são mais comuns, também não houve evolução semanal e as vendas ficaram estáveis em 21%.