A BR Foods não descarta a aquisição de uma fábrica no exterior, possivelmente na África, para abate ou processamento, informou o presidente da empresa, José Antonio Fay, após lançamento de seu projeto de patrocínio para a formação de atletas, há pouco. “Tanto pode ser compra de ativos ou exportação. Das duas formas, vai depender das oportunidades. Hoje, estamos focados em exportação”, afirmou o executivo, destacando que o Brasil é bastante competitivo internacionalmente.
No exterior, além da África (com destaque para Angola e Moçambique), o foco de investimento da BR Foods está na América Latina, África no Oriente Médio, este último, atualmente, o principal importador dos produtos da empresa, respondendo por 29% das vendas totais no mercado externo. Em seguida, vem a Europa (21%), Extremo Oriente (21,4%), Eurásia (11,2%) e outros (17,4%).
Na Europa, embora a crise econômica não tenha chegado a comprometer o consumo, não há perspectiva de crescimento, como nos demais mercados, o que fez com que a empresa desacelerasse os investimentos locais. “O mundo está mudando de eixo. Há uma baixa possibilidade de crescimento no mercado europeu.
São 500 milhões de consumidores com bom poder aquisitivo. Não podemos virar as costas para eles. Mas quando pensamos em investir, pensamos em áreas que têm perspectivas de crescimento”, disse Fay.
O presidente da BR Foods citou também oportunidade na Rússia, que baniu os produtos dos Estados Unidos. No entanto, esta oportunidade é restrita, já que o espaço antes ocupado pelos Estados Unidos está sendo dividido entre diversos fornecedores. No Brasil, a expectativa é que o mercado cresça no segundo semestre mais do que no primeiro, como ocorre tradicionalmente, por conta das festas de fim de ano, o que se soma às projeções positivas sobre a economia.
Embora tenha evitado comentar a pendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para autorizar a fusão entre as empresas Perdigão e Sadia, que formam a BR Foods, Fay ressaltou que investimento em novas fábricas no Brasil depende da decisão do órgão. Ele minimizou os efeitos negativos da demora da decisão de governo. “Tem que separar os momentos. A companhia está performando bem. O segundo trimestre recuperou as margens pré-crise. A falta da aprovação nos limita em algumas ações. Mas estamos tomando as medidas possíveis”, disse o presidente. Ele informou ainda que a valorização das commodities agrícolas poderá elevar os custos de produção entre 5% e 7%, dependendo do produto. As informações partem da Agência Leia.