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Agroindústrias

Monsanto investe US$ 100 milhões em variedade nacional de soja

Empresa já investiu pelo menos US$ 200 milhões no desenvolvimento de duas variedades exclusivas para o Brasil, uma para o milho e outra para a soja.

A Monsanto já investiu pelo menos US$ 200 milhões no desenvolvimento de duas variedades exclusivas para o Brasil, uma para o milho e outra para a soja. A empresa gastou US$ 100 milhões com a nova tecnologia para a oleaginosa: a BtRR2 YieldGard, estudada há dez anos.

A nova semente, que foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) na quinta-feira, só deverá ser comercializada na safra 2013/2014. A informação foi divulgada ontem, para jornalistas, durante um evento promovido na sede da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na cidade de São Paulo.

De acordo com Antonio Carlos Smith, diretor comercial da Monsanto, o próximo passo é aguardar uma possível revisão a respeito da definição tomada pela CTNBio. O Diário Oficial da União (DOU) publicou, na última segunda-feira, a aceitação da medida. É a partir desta data, por um período de 30 dias, que outras questões podem ser abordadas. O diretor ainda explicou que, se houver algum impedimento referente ao cultivar, quem decidirá o futuro da BtRR2 YieldGard será o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS).

“A semente apresenta um potencial de produtividade superior, de 5% a 10% quando comparada a outras variedades utilizadas no País”, afirmou Smith, que acrescentou que a inovação só existe no País. Além disso, Smith ressalta a resistência da BtRR2 YieldGard a três lagartas comuns em países de clima tropical. Para o diretor, essas lagartas existem em nível baixo na Argentina, enquanto nos Estados Unidos não há sinais delas.

Ainda segundo um balanço da Monsanto, para a próxima safra, deverá haver aumento de área de soja transgênica em até 80%, ante 73% da safra 2009/2010, quando foram plantadas 23 milhões de hectares do grão no Brasil. A expansão, de acordo com Smith, será puxada pela região de cerrado, no Rio Grande do Sul.

Edivaldo Domingues Velini, diretor da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), disse que “a vantagem das plantas transgênicas não está na produtividade, mas em reduzir os custos de produção e do uso dos recursos naturais, como a água e o combustível”. Velini ainda falou que, com a semente geneticamente modificada, o agricultor faz menos aplicações de defensivos. O professor contou que com o glifosato desde os anos 70, o consumo do defensivo teve crescimento na taxa média de 25%.

As ervas daninhas resistentes também prejudicam as lavouras. Smith citou três, em especial: “a buva, o azevém e o capim amargoso, que surgiram no Rio Grande do Sul há cinco anos”.

De acordo com a Monsanto, há ervas nos Estados do Sul, no sul de Mato Grosso do Sul e noroeste de São Paulo. “A Monsanto quer trabalhar alternativas técnicas e manter os benefícios da [tecnologia] Roundup Ready para combater as ervas de folhas largas. Produtores do Rio Grande do Sul já têm algumas soluções, mas, o momento é de transmitir conhecimento”, disse.

A Monsanto, líder em biotecnologia para a agricultura no Brasil na última década, teve faturamento global de US$ 11,7 bilhões em 2009, enquanto no Brasil, o lucro foi de R$ 3,2 bilhões. A multinacional espera, até 2030, dobrar a produtividade de sementes de milho, soja e algodão.

Segunda geração do milho

A Monsanto também investiu US$ 100 milhões para desenvolver a segunda geração de milho geneticamente modificado. O YieldGard VT PRO (nome científico da semente), que deverá ser comercializado na safra verão (entre setembro e outubro), será para o controle das principais lagartas que atacam o cultivo: a lagarta-do-cartucho, a lagarta-da-espiga e a broca-do-colmo.

Para o grupo, com essa tecnologia, a colheita poderá ser cerca de 25% maior em relação ao milho convencional. Ainda segundo a empresa, com a planta comum, o agricultor tende a promover entre duas e quatro aplicações de inseticidas na proteção contra as lagartas, enquanto com a nova tecnologia, a tendência de utilizar o produto é zero. A expectativa é de que o produtor possa colher de 4% a 8% a mais com novo híbrido se comparado à semente da primeira geração.

A Monsanto já investiu pelo menos US$ 200 milhões no desenvolvimento de duas variedades exclusivas para o Brasil, uma para o milho e outra para a soja. A empresa gastou US$ 100 milhões com a nova tecnologia para a oleaginosa: a BtRR2 YieldGard, estudada há dez anos. A nova semente, aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) na quinta-feira, só deverá ser comercializada na safra 2013/2014.

“A semente apresenta um potencial de produtividade superior, de 5% a 10% quando comparada à de outras variedades utilizadas no País”, afirmou Antonio Carlos Smith, diretor comercial da Monsanto, que acrescentou que a inovação só existe no Brasil. Além disso, o executivo ressalta a resistência da BtRR2 YieldGard a três lagartas comuns em países de clima tropical.