Uma missão brasileira segue sexta-feira para Bruxelas, sede da União Europeia (UE), para tentar acelerar as negociações sobre regras que estão prejudicando as exportações da carne bovina para o bloco. O Brasil quer a revogação da chamada Diretiva 61, editada em 2008, que exige uma lista prévia de propriedades habilitadas a fornecer gado para abate e exportação de carne, e também critérios mais justos para as vendas dentro da chamada Cota Hilton, de cortes nobres. O encontro entre autoridades brasileiras e europeias, nas próximas segunda-feira e terça-feira, contará com a presença do ministro de Agricultura, Wagner Rossi.
“As discussões já estão em pauta há algum tempo, mas será a primeira vez que um ministro vai a Bruxelas. Isso dará mais peso às reuniões e elevará o tom das negociações. Esperamos ter resultados mais rápidos”, disse Otávio Cançado, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que se reuniu com Rossi.
No caso da Diretiva 61, a proposta é que a relação de fazendas continue a existir, mas passaria a ser administrada pelo Ministério da Agricultura e não mais pela UE. Hoje, são cerca de 1,8 mil fazendas habilitadas a exportar ao bloco. Os brasileiros querem um relaxamento das regras para a inclusão de novas propriedades. A revogação depende das negociações entre ministros e, depois, tem de ser levada ao Parlamento Europeu, que decide sobre o assunto. Antes da regra, o Brasil exportava cerca de 300 mil toneladas de carne por ano para a UE.