A indiana Shree Renuka Sugars assinou na noite de terça-feira (22/06) o contrato de aquisição de 50,34% das ações da Equipav Açúcar e Álcool. Conforme antecipou o Valor, o negócio foi fechado por R$ 450 milhões, o que representou um deságio de 25% na comparação com o valor inicialmente ofertado em 21 de fevereiro (R$ 600 milhões). A informação já foi publicada na bolsa de valores da Índia (NSE), onde a Shree Renuka negocia ações.
Agora, ainda falta à empresa indiana concluir a renegociação das dívidas da Equipav, de cerca de R$ 1,5 bilhão, com os bancos credores – Santander (principal), Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Votorantim. O prazo máximo para que essa negociação seja concluída é o dia 6 de julho.
O fechamento desta etapa do negócio só foi possível porque também foi resolvida a reestruturação interna do grupo Equipav, controladora da Equipav Açúcar e Álcool. A família Tarallo saiu da sociedade sucroalcooleira e ficou apenas com participação nos ativos da CIBE que têm o Bertin como sócio. O CIBE é um consórcio de infraestrutura formado pelos dois grupos.
No dia seguinte à assinatura da renegociação com os bancos, a companhia indiana deve aportar todos os R$ 450 milhões por meio da compra de ações, a serem emitidas pela Equipav.
Pelo comunicado da Shree Renuka, desse total, R$ 280 milhões serão investidos para ampliar a capacidade de moagem de cana das duas usinas de 10,5 milhões para 12 milhões de toneladas e a cogeração, de 203 megawatts para 295 MW.
As negociações entre Equipav e Shree Renuka começaram no segundo semestre de 2009, sendo que, desde fevereiro deste ano, as empresas negociavam em regime de exclusividade. Mas, a queda vertiginosa dos preços do açúcar provocou queda de braço entre as empresas para rever valores e levou a um atraso de quase três meses no fechamento do negócio.
Desde o começo, os ativos da Equipav foram bastante disputados por estarem em uma região de São Paulo com elevado potencial para cana e pelas usinas serem tecnologicamente avançadas. Logo após a decisão da Equipav de fechar com a Shree Renuka eram comuns avaliações de que os ativos da companhia brasileira foram superavaliados.
O mercado estimou que, em uma referência de preço, a empresa indiana teria pago na primeira oferta o equivalente a US$ 140 por tonelada de cana de capacidade de moagem. Agora, a estimativa é de que com o novo valor, a companhia indiana tenha reduzido esse valor a algo próximo de US$ 110 a tonelada.