Em 1996 foram desenvolvidos os primeiros trabalhos experimentais na área universitária visando testar o grau de eficácia dos aditivos antimicotoxinas (AAM) disponíveis no mercado de aves brasileiro. Era o início de uma parceria fundamental entre empresas e laboratórios das universidades. Em catorze anos, a legislação que protege os direitos do consumidor também avançou. Os bons resultados já podem ser comprovados. Entre 2005 e 2010, das 117 avaliações in vitro feitas de produtos AAM, 42 foram aprovadas. Parece pouco, mas o controle de qualidade dos aditivos e a segurança garantida aos produtores de aves representam um ganho significativo.
Durante a palestra “Os aditivos antimicotoxinas (AAM) poderão ser abolidos?”, realizada durante a AveSui América Latina 2010, Carlos Augusto Mallmann, médico veterinário e docente da Universidade Federal de Santa Maria (RS), destacou o desafio de integrar a pesquisa acadêmica às necessidades práticas de quem está na base do processo produtivo do setor. “Nos últimos quinze anos recuperamos o terreno perdido quanto à pesquisa, mas é preciso colocar esses resultados nas mãos dos usuários. O desconhecimento de que há testes técnicos dos aditivos AAM à disposição de quem produz aves ainda é grande”.
A grande maioria dos produtos que combatem os males causados por micotoxinas tem como elemento básico as cinzas vulcânicas. Isto dificulta a produção e eleva os preços junto aos usuários. Na realidade brasileira ainda não se pode abolir o uso dos AAM. A pesquisa avnaço, mas faltam cuidados rígidos por parte dos produtores e maior disseminação de informações técnicas. “A dúvida do avicultor sobre a real eficácia ao usar um AAM gera insegurança e muitas vezes prejuízos na produção. Os laboratórios buscam qualificar os seus produtos, mas o avicultor precisa estar atento para os parâmetros técnicos capazes de comprovarem se está no cominho correto ou não. As universidades oferecem serviços excelentes e de baixo custo. Os pintinhos não podem viver sem os AAM, mas é preciso controle laboratorial, pois depois não adianta querer recuperar os danos”, reforçou o professor Carlos Mallmann no encerramento da palestra.