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Demanda por ração já eleva preço do milho em 11% no mês

A situação pode piorar ao longo do ano, uma vez que a demanda por milho direcionada à alimentação animal no País deverá crescer 4,1% em 2009.

Redação (04/02/2009)- O mercado de aves e suínos já sente os impactos da oferta limitada e do consequente aumento dos preços do milho, um dos principais insumos para o setor. Para agravar a situação de quem atua na área, o preço médio da carne de frango e suína, no mercado externo, segue em queda desde o início do ano, pressionando ainda mais as margens.

A situação pode piorar ao longo do ano, uma vez que a demanda por milho direcionada à alimentação animal no País deverá crescer 4,1% em 2009, na comparação com o ano anterior, segundo levantamento da Safras & Mercado. "Do volume total, de 52,489 milhões de toneladas de milho, previstos para ser consumido em 2009, o setor avícola deverá consumir 22,404 milhões de toneladas do grão – 2,6% a mais em relação a 2008", avalia Paulo Molinari, analista da Agência.

A suinocultura, por sua vez, deverá demandar 12,904 milhões de toneladas de milho e a pecuária de leite terá um consumo de 2,406 milhões de toneladas de milho este ano. A quebra de safra e o aumento da demanda interna e externa têm valorizado o preço do milho. No acumulado do mês de janeiro, a cotação do grão no mercado doméstico registrou alta de aproximadamente 11,2%.

No mercado internacional, apesar da desvalorização do preço médio do grão para US$ 176,5 por tonelada, valor 2,8% inferior ao de dezembro, a média diária de embarques atingiu US$ 11,2 milhões em janeiro, valor 154% acima do verificado no mesmo mês do ano passado.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), divulgados na última semana, o Brasil arrecadou US$ 234,4 milhões com as exportações de milho em janeiro.

Enquanto isso, no mesmo período, os exportadores brasileiros receberam 13,1% a menos pela carne suína, na comparação com janeiro de 2008. O valor do produto recuou de US$ 2.422,7 por tonelada, para US$ 2.105,1.

O repasse da redução de margem da indústria para os produtores é rápido e já gera problemas. Segundo informações da Associação Paulista dos Produtores de Suínos (APCS), na última segunda-feira, a Bolsa de Suínos de São Paulo ficou sem negócios para o animal vivo. O motivo seria um impasse no valor pago ao produtor. Os frigoríficos queriam pagar R$ 38 na arroba do suíno, mas os criadores alegam que o custo ultrapassa R$ 40 e relatam que o peso dos animais está abaixo da média de abate.

No mercado de frango, o preço médio pago pela carne também caiu. Em janeiro, a carne de frango in natura foi comercializada a US$ 1.384,3 por tonelada, valor 7,2% inferior ao de dezembro, de US$ 1.491 por tonelada. De acordo com dados do MDIC, no comparativo com janeiro de 2008, quando a receita média diária com exportações atingiu US$ 17,3 milhões, o desempenho no último mês foi 6,7% inferior.

Perdigão dá férias

A Perdigão informou ontem que concederá férias coletivas a 2.780 funcionários em duas unidades do Rio Grande do Sul. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, cerca de 2,2 mil trabalhadores da unidade de Lajeado paralisarão suas atividades por 30 dias, a partir de 23 de março. Antes disso, na unidade do bairro Cavalhada, na cidade de Porto Alegre, as atividades devem ser totalmente paralisadas de 9 de fevereiro a 11 de março, medida que deve atingir os 580 funcionários da fábrica. Na unidade de Lajeado, a parada técnica atingirá apenas a produção de aves. A produção de suínos da fábrica seguirá inalterada.

As indústrias de aves seguem, neste primeiro trimestre, recomendação da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) para reduzirem a produção destinada a exportação em cerca de 20%.

A Aurora Alimentos fechou 2008 com prejuízo de R$ 111,7 milhões. Segundo Mário Lanznaster, presidente da empresa, o resultado se deve ao encarecimento dos insumos empregados na produção.

Com visão estratégica, a Big Frango inaugura em março uma fábrica de ração peletizada para frangos na cidade de Rolandia, no Paraná. "Os primeiros testes já estão sendo concluídos e já, para o início de fevereiro, a fábrica estará funcionando em sua capacidade plena para produzir 2,4 milhões de quilos de ração peletizada por dia", informou a empresa.