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BNDES flexibiliza linhas de crédito para compra de máquinas e equipamentos

O custo do financiamento, porém, é mais caro, na maioria dos créditos, em 2,5 pontos percentuais, se comparado aos cobrados pelo banco.

Redação (11/02/2009)- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai flexibilizar as linhas de crédito para compra de máquinas, equipamentos, ônibus, caminhões, exportações, capital de giro e empréstimo-ponte. Segundo o presidente da instituição, Luciano Coutinho, é mais uma medida para ampliar a oferta de recursos, escassos com a crise financeira.

O custo do financiamento, porém, é mais caro, na maioria dos créditos, em 2,5 pontos percentuais, se comparado aos cobrados pelo banco. Enquanto a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) está em 6,25% ao ano, as novas linhas anunciadas pelo banco serão corrigidas pela TJTN (Taxa de Juros do Tesouro Nacional), com 8,75% ao ano.

Coutinho disse que o encarecimento do financiamento deve-se ao custo dos repasses do Tesouro Nacional, que no mês passado disponibilizou ao banco R$ 100 bilhões para elevar o volume de crédito nas linhas de produção.

"Se você perguntar para qualquer empresário, verá que não há juros mais baratos no sistema brasileiro do que os do BNDES. Mesmo esses que foram revistos são, de longe, os juros mais acessíveis do mercado brasileiro", afirmou Coutinho. Ele calcula uma aumento de 0,17% ao ano no custo financeiro médio dos créditos da instituição.

Para o capital de giro, houve elevação no prazo de 12 para 36 meses. A partir de agora, serão aceitas outras garantias, além da fiança bancária. A taxa deve ficar próxima de 19% ao ano e o financiamento para a empresa passará de R$ 50 milhões para R$ 200 milhões. Atualmente, existem R$ 5 bilhões disponíveis para essa modalidade de empréstimo, pois R$ 1 bilhão já foi usado. Coutinho não descarta um aporte de recursos maior, caso seja necessário, para essa modalidade de empréstimo

O BNDES também ampliou o financiamento para a compra de máquinas e equipamentos na linha do Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame), que pode ser agora de 100% contra os 80% permitidos anteriormente. As taxas cobradas no financiamento nesse caso serão a TJLP (atualmente em 6,25% ao ano) mais 0,9% para 80% do valor do empréstimo. Para os 20% restantes, o custo será de 11,25% (TJTN mais 2,5%).

No caso do leasing de máquinas e equipamentos, tanto novos quanto usados, o financiamento poderá ser de até 100%, com taxas de 14,25% para os novos e de 11,75% para os usados. Anteriormente, não havia financiamento para bens usados e, no caso dos novos, o limite era de 60% do valor. A compra de ônibus e caminhões usados também passa a ser permitida.

Para caminhões e ônibus novos, houve ampliação para até 100% no financiamento. Até 80% a taxa para as grandes empresas ficará em 9,10% e, para as pequenas, em 7,90% ao ano. No caso de caminhões e ônibus usados (com até 8 anos de uso), a taxa ficará em 14,75%., mais o spread (diferença entre os juros que a instituição financeira paga para ter o dinheiro – basicamente a taxa Selic – e a taxa cobrada do cliente na hora do empréstimo) do banco agente.

O BNDES anunciou ainda redução no financiamento às exportações (pré-embarque) que, no caso de bens de capital, cairá de 13% para 11,25% ao ano. Para bens de consumo, haverá redução de 15% para 13,75%. O prazo máximo será de 24 meses. Outra mudança diz respeito ao empréstimo-ponte, usado entre a contratação e a aprovação de uma obra. Nesse caso, houve também redução de 14,25% para 13,75%.

Segundo o presidente do BNDES, a linha é transitória e servirá para ajudar a economia a enfrentar o "fundo do poço", pois não compete ao banco fornecer capital de giro por exemplo. Para ele, ainda é cedo para conclusões, mas a situação "parou de piorar".

"O ajuste no mês de dezembro foi muito forte, e o mês de janeiro indica uma acomodação. São claros os sinais de que parou de piorar. Estamos inclusive em um período de estabilização de expectativas", enfatizou.

Luciano Coutinho não descarta um aporte do banco este ano de R$ 120 bilhões, mas lembrou que, teoricamente, é possível elevar esse valor até R$ 166 bilhões. No ano passado, foram R$ 92 bilhões.

Ele garantiu que 60% dos recursos do banco continuarão sendo corrigidos pela TJLP, taxa mais barata, incluindo as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).