Redação (12/02/2009)- O mercado suíno americano de Iowa-Minnesota não está experimentando nenhuma tração sobre o asfalto de preços. O preço médio da carcaça caiu US$6,00 na sexta-feira passada em comparação com a semana anterior, fechando em US$ 53,10. Com o ponto de equilíbrio sendo ao menos US$ 70,00, não é muito difícil calcular US$ 30,00 de perdas por cabeça. Isto é horrível! Na semana passada os mercados americanos abateram 2,222 milhões de suínos, o qual representa 27 mil cabeças a mais do que na mesma semana do ano anterior. Mas vendo este panorama abaixo, sobre um prima diferente, poderíamos dizer também que há ano, com menos suínos chegando ao mercado, o preço era quase igual e, inclusive, um pouco mais baixo, US$ 53,00.Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América / Joice Miotto Gaiotto
Há algum respiro a vista?
Nós cremos que o número de suínos estará fortemente reduzido em algum momento. Por quê? Veja as seguintes estatísticas.
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O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para suínos de mais de 30kg de peso aponta:
Milhares de cabeças
| 2007 | 39.400 |
| 2008 | 39.330 |
Este informativo do USDA indica que haverá somente 70 mil suínos a menos (de mais de 30kg) do que no ano anterior. A grande brecha na oferta ocorreu na categoria de suínos abaixo dos 30kg.
Milhares de cabeças
| 2007 | 22.545 |
| 2008 | 21.297 |
Na categoria de “menos de 30kg” o informativo mostra uma redução de 1,248 milhão de cabeças de um ano para outro. Lembremos que necessitamos de dez semanas para obter um suíno de pouco mais de 30kg, o que equivaleria a 120 mil suínos a menos por semana na comparação com o ano anterior. Nós calculamos que os suínos na categoria de “menos de 30kg” não estarão saindo ao mercado antes de abril.
Troca comercial Canadá-EUA
Definitivamente há menos suínos saindo do Canadá para os Estados Unidos.
| Semana de um ano ao outro | 2007 | 2008 |
| Leitões e suínos em ceva | 163.44 | 97.86 |
| Suínos de mercado | 73.30 | 15.73 |
| Total | 236.74 | 113.59 |
No Canadá está ocorrendo uma queda na oferta de proporções maciças – um toma ou deixa de 120 mil cabeças na última semana – e mais de 60 mil suínos pequenos. Há alguma surpresa no relatório das últimas semanas com muitas das instalações de cortes vazias no meio-oeste? Com estes números oficiais, poderíamos dizer que em abril teremos uns 170 mil suínos a menos por semana nos mercados. É aí, quando as coisas começaram a se colocar realmente interessantes. Semana atrás de semana, não somente queda estacional, senão também uma redução no fornecimento de suínos nos oferecerá um respiro.
Desprotegendo o preço
Temos escutado muitos comentários ultimamente sobre o manejo de risco, contratos, etc., ultimamente. Uma das coisas que nos tem causado surpresa se refere a desproteção no preço. Quando um vende sob contrato a preços previamente fixados, se pode trabalhar sob parâmetros com mais segurança financeira. O desafio que vemos para nossa indústria é a falta de suínos vendidos sob preços negociados. O Estado de Iowa e o sul de Minnesota tem sido tradicionalmente os mercados para preços negociados, mas no ano passado somente pouco mais de 3 milhões de suínos (3%) foram vendido sob esta modalidade nestas localidades. Isto é um número muito pequeno em relação ao total ofertado. Estamos perigando perder a legitimidade na proteção do preço com esse percentual tão baixo? Será que a maioria de nós têm que vender a vista agora para estabelecer um melhor barômetro do que está se passando e animar a competência? Com o mercado de fornecimento futuro, vemos que as embaladoras e frigoríficos se verão mais restringidos no abastecimento dos mercados e isto estimulará preços mais altos tanto no suíno quanto nos cortes. Tudo o que podemos fazer como indústria para impulsionar os preços para cima, sempre devem ser considerados. Já temos perdido muito dinheiro e necessitamos encher este buraco imenso em nossos livros de registro.
Resumo
Os relatórios americanos, o intercâmbio comercial com o Canadá e as evidências reais nos diz que o número de cabeças de suínos que chegarão ao mercado no período abril-maio refletirão um desabamento no fornecimento. A oferta de frango e peru já tem sofrido uma redução de 70 milhões de libras a menos por semana do que há um ano, sem nenhuma possibilidade de recuperação a vista. Por outro lado, os relatórios de gado encontram-se também em baixa com relação ao ano passado. Todo o setor de oferta de carnes nos Estados Unidos estará com seus níveis mais baixos desde 1975. Não vemos, tão pouco, nenhum indicador de redução na demanda por parte dos consumidores. O preço do suíno no resto do mundo está mais alto do que nos Estados Unidos e Canadá. E isto continuará estimulando as exportações. Permaneceremos otimistas em nossas premissas, já que sabemos que a única maneira de racionalizar a oferta são os altos preços.
