Redação (20/02/2009)- No final de dezembro de 2008, o presidente da Ocepar – Organização das Cooperativas do Paraná, João Paulo Koslowski, havia feito a previsão de que todo o sistema cooperativista paranaense chegaria a um faturamento de R$ 22 bilhões, e que dentro deste número, o setor agropecuário representaria R$ 20 bilhões, contra um resultado de contra R$ 16,8 bilhões em 2007.
A previsão, já por si extraordinária porque efetivamente houve a combinação dos melhores preços com a maior produção da história do setor no Paraná, agora está sendo revista para mais. Todo o setor cooperativista deve faturar perto de R$ 25 bilhões e somente o setor agropecuário deve ir a R$ 23 bilhões, num crescimento de mais de 10% em relação ao inicialmente previsto, segundo a Ocepar. Em 2007, as cooperativas faturaram conjuntamente R$ 16,8 bilhões, o que significou que o faturamento dessas associações cresceu 36,9% no ano passado.
Os números devem ser fechados nos próximos dias, mas isso está acontecendo porque os dados que a Ocepar dispunha no final de dezembro, época da primeira previsão, não levaram em conta os dados contábeis dos balanços que começaram a ser divulgados desde o início de fevereiro, e que refletem umas situação mais real, onde a influência da desvalorização do Real frente ao dólar ficou mais clara, e o impacto da queda dos preços das commodities não foi tão grande quanto se esperava até porque a maior parte da produção já estava vendida quando a crise começou.
As cooperativas paranaenses reconhecidamente, são as de melhor desempenho no país e, no ano passado, conseguiram superar em exportações as de São Paulo.
O resultado se deve basicamente a soja. Cerca de 65% da produção do Estado passa por elas. Na última safra, a colheita foi de 12 milhões de toneladas, e quase 8 milhões de toneladas do grão passaram pelas cooperativas. Das 40 cooperativas que trabalham com soja, cinco industrializam o produto, transformando em farelo para ração ou óleo. Perto de 40% da produção de soja é industrializada. A exportação também é significativa e representa 45% de tudo o que as cooperativas do setor agropecuário vendem para o exterior.
"Em 2008 a exportação do setor atingiu a US$ 1,5 bilhão contra US$ 1,2 bilhão em 2007", disse o presidente da Ocepar. São 77 entidades que respondem por cerca de 18% do PIB estadual, 55% da economia do agronegócio regional e 800 mil postos de trabalho. Embora os efeitos da crise ainda sejam preocupantes, num plano mais real, o presidente da poderosa Coamo, José Aroldo Galassini, a maior do país de Campo Mourão, na quarta-feira passada estava mais preocupado com a falta de mão-de-obra na sua região para trabalhar em três novos armazéns que a cooperativa está construindo.
O projeto prevê a ampliação de sua capacidade de armazenagem para as próximas safras. E com todas as letras, dizia que a cooperativa vai perseguir em 2009 pelo menos o mesmo resultado de 2008, quando faturou R$ 4,71 bilhões.