Redação (03/03/2009)- Em resposta à mobilização dos produtores rurais contra a intervenção nas exportações de carne e grãos, através da imposição de sobretaxas, a presidente da Argentina, Cristina Kirschner, analisa a criação de uma nova entidade governamental para controlar o comércio exterior que permita o controle do mercado. Isso, porém, segundo o governo, não deve ser interpretado como uma total nacionalização.
Uma fonte no Ministério da Produção informou que não está sendo planejado a criação de um total monopólio do mercado de produtos agrícolas, mas estava sendo analisado um plano para remover as taxas de exportação sobre os grãos e criar uma nova agência comercial para adquirir as colheitas locais e gerenciar as exportações.
Com isso, segundo informações oficiais, os portos de exportações e os silos continuariam operando de forma independente. Os traders continuariam a atuar no mercado "comprando matérias-primas para serem processadas e mais tarde exportadas com valor agregado", segundo foi especificado no projeto.
Inspiração estrangeira
Uma autoridade do Ministério da Produção anunciou que a criação da nova agência seria "inspirada em entidades do Canadá e Austrália", com ênfase na garantia do fornecimento doméstico e na promoção do processamento doméstico.
Australian Wheat Board (AWB), conselho australiano do trigo, foi privatizado em 2001, mas o governo garante para o AWB quase um monopólio em relação às vendas de exportação. AWB tem poder de veto sobre qualquer outro possível exportador de trigo, evitando a concorrência com eficácia.
O Canadian Wheat Board (CWB), conselho canadense do trigo, é dirigido por uma junta de 15 membros, 10 eleitos pelos produtores de grãos e 4 indicados pelo ministro federal da Agricultura.