Redação (13/03/2009)- O Aviário Santo Antônio (ASA) se prepara para iniciar as primeiras exportações de ovo em pó para o mercado asiático a partir de maio. O projeto, pioneiro em Minas Gerais, demandou investimentos de R$ 5 milhões na planta da companhia em Nepomuceno, região sul do Estado, e deverá entrar em operação nos próximos 60 dias, com uma capacidade para a produção de 1 mil toneladas por ano do produto. A estimativa é de que o mercado externo absorva 70% da produção.
O diretor administrativo da empresa, Aulus Sávio Assumpção, explica que as boas perspectivas para as exportações foram confirmadas na última Gulfood 2009, principal feira da indústria alimentícia do Oriente Médio, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 23 e 26 de fevereiro. "O mercado já é uma realidade", diz ele. De acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior reunidos pela Secretaria de Estado da Agricultura, o mercado de ovos desidratados movimentou no ano passado uma receita da ordem de US$ 1,2 milhão, com o embarque de 152,6 toneladas.
A empresa é grande produtora de ovos in natura para o mercado interno e alcançou no ano passado um faturamento de R$ 50 milhões. Nos últimos dois anos passou a exportar o produto em casca refrigerado, mercado no qual já detém uma participação de 15% nas vendas externas do Brasil. No ano passado a receita foi de US$ 6,8 milhões com as exportações de ovos dessa linha. As estimativas do ASA são de que o ovo desidratado venha a representar 15% do faturamento já em 2010.
Para este ano, a empresa pretende ampliar o faturamento em 10%. O aviário é o segundo exportador de ovos em casca refrigerados para consumo de Minas Gerais, atrás da Granja Mantiqueira, de Itanhandu, no sul do Estado, que no ano passado teve receita da ordem de US$ 21,6 milhões com a comercialização do produto no mercado internacional, principalmente Emirados Árabes Unidos, Omã e Catar.
As duas empresas respondem por 62% da receita das exportações brasileiras de ovos para consumo, que foi de US$ 46,5 milhões, no ano passado, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), informa a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas.
No mercado internacional, o foco da ASA serão as indústrias de alimentos. Embora o ovo desidratado seja mais caro, Assumpção destaca que ele detém diversas vantagens, como a praticidade, facilidade de manuseio e um período de validade maior que os produtos in natura, em torno de 12 meses. "Somente isto já justifica a utilização pelas indústrias", aponta o executivo. O ASA iniciou a produção de ovo em pó há nove anos, para atender ao segmento de indústrias de massas na fabricação de bolos, tortas, pudins e outros alimentos.