Redação (16/03/2009)- Aos poucos, a tecnologia inibe a pirataria de sementes. Leis mais rigorosas de financiamento público, aperto na fiscalização e trabalho técnico para produzir com eficiência e segurança têm sido as armas para reduzir prejuízos. Entre os falsificadores, estão cerealistas, cooperativas e sementeiras que aderiram à ilegalidade devido à crise, aponta o Ministério da Agricultura (Mapa).
No Estado, o uso de sementes legais subiu nos principais grãos. Na soja, por exemplo, saltou de 5% na safra 2003/04 para 40% em 2008/09, segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). A meta é chegar aos 65% registrados na década de 1990, antes do ingresso clandestino de transgênicos. ””””Estivemos no fundo do poço e agora estamos em recuperação””””, avalia o vice-presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto.
O vice-presidente da Fetag, Sérgio de Miranda, acredita que não vale a pena arriscar os resultados. Os perigos e as desvantagens do uso de sementes piratas são muitos. Baixo vigor e germinação, reaparecimento de doenças erradicadas, menor proteção contra pragas e produtividade comprometida, além do desestímulo a investimentos em produtos de primeira geração no país. ””””O produtor deixará de ter novas tecnologias. As empresas não irão investir sem receber royalties””””, alerta o coordenador substituto de Sementes e Mudas do Mapa, Agwagner Alarcão.
Em 2008, o Mapa suspendeu a venda de 22.318 toneladas de sementes, 40% mais do que no ano anterior. Segundo Alarcão, o aumento deve-se à fiscalização mais eficiente.
Nas hortaliças, ao usar híbrido de segunda geração, a queda de rentabilidade pode chegar a 35%, devido à menor produção e à perda de características como coloração e firmeza, que interferem no preço, explica o presidente da Abacsem, Francisco Sallit.