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A gangorra dos insumos

Cerca de 70% do consumo de insumos ocorre no segundo semestre, mas a queda nos preços do adubo poderá modificar esse percentual.

Redação (27/03/2009) – Apontado como responsável por abocanhar boa parte do lucro dos produtores na safra 2008/2009, o preço dos insumos agrícolas caiu neste ano e faz com que muitos agricultores antecipem a aquisição de fertizantes para os próximos plantios. Quem se planejou ou tinha alguma reserva está indo às compras.

Cerca de 70% do consumo de insumos ocorre no segundo semestre, mas a queda nos preços do adubo poderá modificar esse percentual. A partir de janeiro, o valor do adubo começou a cair, embora os preços ainda estejam acima dos registrados no início do ano passado. A alta maior ocorreu em setembro e outubro de 2008, quando os agricultores se preparavam para a safra de verão. Em março, determinados produtos tiveram o valor reduzido em 25%. "Os preços internacionais da matéria-prima do fertilizante caíram. Mas os valores ficariam mais baixos ainda se a taxa cambial não tivesse evoluído tanto", justifica o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos no Rio Grande do Sul, Torvaldo Marzolla Filho.

Das matérias-primas, o potássio é o único que não alterou o preço. Para Marzolla, esse seria um momento bom de se adquirir os insumos, já que no segundo semestre o preço tende a subir em razão do aumento da procura.

Agrônomo da Emater de Passo Fundo, Cláudio Dóro enfatiza que a prática de compra antecipada tem se tornado cada vez mais comum entre os produtores rurais. O plano é fugir da escalada rotineira dos preços dos insumos.

Para o assessor de políticas agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, Airton José Hochscheid, o preço poderia estar bem mais baixo. Isso porque, justifica o dirigente, o barril de petróleo (base dos fertilizantes) custava US$ 147 há oito meses, agora está em torno de US$ 50. Uma queda de mais de 65%. "Os preços aumentam da noite para o dia, agora para cair é demorado", comenta Hochscheid.

Conforme o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, a queda ocorreu porque as empresas estão ofertando os produtos que não conseguiram vender para a safra 2008/2009: "Isso é desova".