Redação (30/03/2009) – Sojicultores de quase todas as regiões produtoras do Brasil sofrem com a proliferação da ferrugem asiática em suas plantações. Dados do Sistema de Alerta do Consórcio Antiferrugem da Embrapa Soja indicam para a safra deste ano um aumento de mais de 700 focos em 13 Estados. O Paraná encabeça a lista com mais da metade dos registros.
A pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, ressalva que o Paraná concentra a maior parte de institutos de pesquisa, universidades e empresas que realizam o serviço de varredura da doença nas lavouras. Diferencial que, segundo a pesquisadora, colabora para uma maior e mais precisa constatação da praga nas lavouras do Estado. “Outra importante ressalva se deve aos diferentes períodos de safra de cada região. A safra paranaense ainda está no campo”, acrescenta.
Segundo Claudine, embora o Estado tenha sofrido por conta da estiagem no final do ano passado, o que poderia reduzir a possibilidade do aparecimento da ferrugem, a incidência das chuvas nos meses seguintes favoreceu a proliferação do fungo. “O monitoramento constante das lavouras e o controle com aplicação de fungicidas são determinantes para diminuir os riscos de manifestação da doença”, afirma.
O produtor João Batista Cigolini cultiva soja em uma área de 240 hectares em Pato Branco, na região sudoeste do Paraná. Ele relata que 30 dias após o plantio, quando as plantas começam a florescer, a aplicação dos fungicidas podem ser feita. “Até agora, não tive muitos problemas com a ferrugem porque sempre trabalhei com a prevenção e monitoramento. Obviamente que algumas variedades são mais suscetíveis ao ataque dessas doenças do que outras. O importante é fazer o manejo de maneira adequada”, completa.
Ainda de acordo com a pesquisadora da Embrapa, é comum os produtores “calendarizarem” a aplicação dos venenos nas plantas. “A doença pode se manifestar em qualquer período do desenvolvimento da cultura. Uma boa recomendação é verificar o que está acontecendo na região antes da plantar e no período de entressafra realizar o vazio sanitário. Checar as condições climáticas e se já existem focos da doença é importante para planejar a safra”, diz.