Redação (31/03/2009) – A opção pelo cultivo de soja e milho não-transgênicos feita por produtores do Paraná deverá trazer maiores dividendos nas relações comerciais entre o Estado e a União Européia. Esta é a avaliação de pesquisadores e estudiosos envolvidos no Co-Extra, equipe ligada ao bloco econômico europeu responsável pelo desenvolvimento de estudos de coexistência e rastreablidade de grãos convencionais e de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados).
No país, o Co-Extra é representado pela UniBrasil (Faculdades Integradas do Brasil), que contribui nas pesquisas de caráter sócio-econômico e jurídico da equipe. Entre os dias 22 e 26 de março, a coordenadora do Grupo de Pesquisas em Qualidade, Inovação e Sustentabilidade da instituição de ensino, Roseli Rocha dos Santos, conduziu pesquisadores da França, Bélgica, Espanha e de outros países por empresas, propriedades rurais e laboratórios do estado, numa visita técnica de avaliação dos processos que envolvem a coexistência e rastreabilidade de OGMs no Paraná.
Para o pesquisador do Instituto Científico de Saúde Pública da Bélgica, Marc Van Den Bulcke, a visita contabilizou pontos ao estado. “O Co-Extra procura compreender de que forma se dá a coexistência entre os produtos transgênicos e convencionais; e o que percebemos é que o Paraná é um estado muito organizado nesse sentido”.
De acordo com a coordenadora das pesquisas na UniBrasil, o Paraná foi o único estado escolhido pelo grupo por efetivamente manter a coexistência entre as diferentes culturas. Ela acrescenta que a produção de soja e milho transgênicos apresenta tendência de crescimento no estado, mas que grandes empresas locais, como a Imcopa, “adotam sistemas de rastreabilidade, certificação e estímulo ao agricultor, que garantem a produção e oferta tanto aos importadores como aos consumidores brasileiros”.
Esses estudos são desenvolvidos pelo Co-Extra há quatro anos. Parte dos resultados serão apresentados em junho, na última conferência do grupo, em Paris. Entre as consequências previstas com essas pesquisas, está a implantação de um sistema de rotulagem de produtos na União Européia, que esclarecerá aos consumidores a procedência dos produtos. Conforme a bolsista do programa na UniBrasil, Ana Paula Myszczuk, a iniciativa deverá beneficiar os exportadores brasileiros, que terão mais espaço no mercado europeu, completamente fechado aos OGMs para alimentação humana.