Comentário Suíno: Números da suinocultura norte-americana

(mil)

Redação (03/04/2009)-Rebanho reprodutivo

Segundo o USDA havia 189.000 matrizes a menos no rebanho reprodutivo americano desde o informe de março de 2008. Isto é uma queda de umas 4.000 matrizes por semana. Enquanto que nos últimos meses desde dezembro a redução foi de umas 5.000 matrizes por semana para totalizar ao redor de 70.000 porcas a menos desde esta data. Os “experts” que diziam que não estava apresentando uma liquidação falharam outra vez, nunca sabemos de épocas em que os produtores perdem consistentemente $20 a $30 dólares por cabeça sem que reajam a liquidar seus rebanhos. Ao que parece, a tendência continua. Temos calculado umas perdas de $1.500 milhões de dólares no último trimestre no setor suíno norte-americano. Com que diabos haveríamos de esperar que não houvesse liquidação com esta miséria?

Nós cremos que o rebanho reprodutivo continuará sua queda nos próximos seis meses sem importar que tão bons estejam os preços. A razão é que não vemos nenhuma construção nova nem sinais de expansão na indústria.

Inventário suíno gordo ou em ceva

Esta faixa dos inventários sofreu um encolhimento de um milhão 600 mil cabeças em relação ao mesmo inventário em março de 2008. Esta tendência também continuará nesta faixa de produção devido principalmente ao desabastecimento desde o Canadá de uns 60.000 suínos pequenos por semana. Não entendemos o cálculo do USDA de apenas uns 3% na redução de suíno gordo. Com uma queda de 100.000 suínos a menos no Canadá na semana, esta cifra podia ir a uns 5%. Nas próximas semanas de mercado esperaremos ter umas cifras de 1.9 milhão de suínos por semana entrando nas empresas de sacrifício. Com 100.000 suínos a menos por semana o fornecimento de suínos cairá, enquanto que todos os indicativos nos mostram, tanto nas exportações como no consumo interno, uma demanda bem sustentada. Estamos convencidos de que estes fatores levaram o preço do suíno aos 90 centavos de dólar a libra, se fortalece ainda mais.

Outras observações

Os três países norte-americanos Canadá, Estados Unidos e México estão reduzindo seus rebanhos reprodutivos a uma taxa de 6.000 matrizes por semana. Por não haver uma recuperação nos preços do suíno no seguinte ano a partir de agora, veríamos diminuir nossos plantéis suínos em umas 300.000 porcas.

Na semana passada, reportávamos como os 27 países da União Europeia têm visto diminuir seu rebanho reprodutivo em um milhão e 600 mil matrizes nos últimos dois anos. Temos visto também como os preços se recuperaram lentamente em países como Espanha, o maior produtor de suíno da Europa chegando aos €1.502/kg, é dizer os 90 centavos de dólar a libra.

Desde 1975 não temos visto o setor de carnes (frango, bovina e suína) juntos numa queda de fornecimento ao mesmo tempo. Bem, pois nestes momentos estão ocorrendo dito fenômeno, o setor da suinocultura tem 29 milhões de libras a menos, o de bovinos 10 milhões de libras, o de frangos 85 milhões de libras, o de peru 5 milhões de libras a menos para um total de 125 milhões de libras a menos por semana. Para colocar em perspectiva isto é mais ou menos um total de 3.000 caminhões a menos carregados de carne cada semana e semana atrás de semana.

Resumo

70.000 matrizes a menos desde dezembro é o que escolheu o mercado suíno americano. Isto é uma liquidação agressiva. As perdas financeiras dos últimos 15 meses têm sido devastadoras e isso tem parado a construção de novas granjas e tem sacado a muitos produtores do negócio. Esperamos ver uma queda nos volumes de suínos saindo aos mercados americanos reduzidos em umas 100.000 cabeças por semana. Os preços do suíno serão potenciados nas semanas vindouras, não somente porque há menos suínos saindo ao mercado, senão pelo fenômeno coincidente de redução na oferta de todas as carnes, o qual se vê uma vez cada duas gerações. Seguimos crendo que teremos suíno a 90 centavos a libra no mês de junho.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América / Joice Miotto Gaiotto