O vice-ministro de Agricultura da China, Niu Dun, cobrou do Brasil que exporte carne bovina de melhor qualidade para o mercado chinês, se quiser aumentar as vendas ao país. O representante chinês refutou queixas do governo brasileiro e de produtores sobre a corrida de obstáculos imposta por Pequim para as carnes brasileiras, dando a conta gotas as licenças de importações do produto.
Uma delegação dos Ministérios da Agricultura, Relações Exteriores e MDIC estará hoje em Pequim para discutir os obstáculos, que esperam que sejam levantados durante visita do presidente Lula a Pequim no dia 19 de maio.
Mas para Niu Dun, que foi vice secretário do Partido Comunista na Universidade Agrícola de Pequim antes de chegar ao posto no ministério, o volume de exportaçao “depende da competitividade da carne brasileira, e isso é decidido pelo mercado. Nós não impomos nenhuma restrição quantitativa de importação de carne bovina brasileira”.
O vice-ministro disse que “a chave para aumentar exportação é que a carne brasileira seja livre de doenças e não tenha resíduos químicos excessivos”, sem elaborar se esse era o caso. “Posso garantir que a China não está fazendo protecionismo. Espero que mais carne de alta qualidade do Brasil seja exportada para nosso país”, afirmou.
Produtores brasileiros apontam um potencial grande, mas até agora frustrado, para exportação de cortes como patinho, paleta, coxão mole e cortes de dianteiro. Quanto aos cortes nobres, a demanda visada é de churrascarias e restaurantes ocidentais presentes nas grandes cidades chinesas.