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Economia

Associativismo é a saída para driblar a crise

O economista Mauro Lopes aposta no associativismo para driblar a situação financeira.

O associativismo com foco na compra conjunta de insumos e a venda da produção em formato de condomínios agrários é uma das saídas para baratear o custo da produção. É o que defendeu o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Lopes, durante o 4º Circuito Aprosoja realizado na manhã de quarta-feira (22) no Sindicato Rural de Alto Taquari. Na palestra “Visão de médio longo prazo da agricultura no estado de MT e posicionamento estratégico do setor” Lopes enumerou as vantagens do associativismo e do cooperativismo. Sojicultores da região lotaram o local.

Segundo o economista, por meio da compra conjunta e venda da produção em que os lucros sejam divididos de modo igualitário, o grupo de sojicultores terá vantagens sobre os empréstimos, além de evitar o custo Brasil, que é agravado com o pagamento de altos custos embutidos nos juros dos bancos.

“Não há pagamento de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Pasep e Cofins. Isso gera redução de pouco mais de 4,65% nos custos, afinal os empréstimos bancários são cravados com muitos impostos”, argumentou.

Ainda de acordo com Lopes, o produtor não tem custo com compulsório, sendo que 50% do capital não vão parar no caixa do banco central, dinheiro que pode ser usado para comprar adubo. “Não há cobrança de taxa de risco que saiu de 3% em 2003 e atualmente são de 14,5%, e não há custos de provisão para devedores”.

Vantagens – Mauro Lopes frisou que com o agrupamento de produtores o custo administrativo é mínimo, não há necessidade de se pagar 25% de imposto de renda sobre pessoa jurídica sobre o lucro, nem da CSLL. “O produtor não tem que pagar dividendos e ainda terá ganhos na produtividade, com aquisição de mais insumos, fertilizantes. O custo dele é quase comparado a da taxa Selic, por volta de 12%”.

De acordo com o economista da FGV, há casos de sucesso em que a redução de custos com defensivos girou em torno de 25% a 38% e do custo com fertilizantes entre 5% a 10% de economia. Depois de já agrupados em cooperativas, alguns produtores tiveram redução de custos entre 15% e 20%.

Se os produtores não associarem haverá provavelmente concentração de terras, por meio de um número maior de arrendamentos. “Dezessete grandes grupos cultivam 3 milhões de hectares. Se os agricultores não forem capazes de associar focando o capital, a compra de fertilizante, venda da produção em busca da redução dos custos, alguém no mercado fará isso”. Lopes dá dicas para quem quer saber mais sobre os consórcios agrários. “A FGV criou o Programa Viva Terra para criação de novos condomínios agrários, quem quiser pode conferir no site estatutos, contratos etc”.

Cenário desfavorável, hora de criar

De acordo com o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, a Cooperativa Mista dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Cooprosoja) foi criada recentemente e entre os objetivos está a atuação na compra e venda de insumos e na venda da produção agropecuária, a exploração de minérios existentes em Mato Grosso e a participação na concessão de subtrechos de ferrovias a serem construídas em Mato Grosso. “A Cooprosoja é o braço comercial da Aprosoja que continuará dando condições técnico-econômicas e de trabalho em prol da melhoria de renda do produtor, por meio do planejamento, controle de custos e o respeito à peça orçamentária. Hoje o ideal é plantar menos com mais otimização da gestão”. As informações são da assessoria de imprensa da Aprosoja.