Para fazer frente aos efeitos negativos da gripe A (H1N1) sobre o mercado de carne suína, o Conselho Nacional de Produtores de Suínos dos Estados Unidos elaborou uma lista de ações governamentais consideradas prioritárias pela entidade, que incluem um programa de compras de derivados. O documento, encaminhado ao secretário de Agricultura americano, Thomas Vilsack, é assinado pelo presidente do conselho, Don Butler.
O dirigente da entidade argumenta que os preços da carne suína tanto no mercado à vista quanto no futuro estão em baixa depois do surgimento da nova doença, inicialmente chamada de gripe suína . “As finanças dos produtores estão levando um golpe, e isso ocorre em um momento em que eles já enfrentam os efeitos de uma crise econômica”, diz o documento.
O programa de compras de derivados de carne suína sugerido pela entidade, voltado à sustentação dos preços, seria de US$ 50 milhões. Os produtos a serem adquiridos poderiam ser usados em programas de combate à fome e à desnutrição a serem adotados pelo governo, segundo a proposta.
A organização que congrega os produtores de suínos pede ainda que os Estados Unidos trabalhem para manter aberta a fronteira com o Canadá. Com isso, a movimentação dos rebanhos entre os dois países poderia ser mantida. O conjunto de propostas apresentado pela entidade incluiu também o pedido para a criação de um programa de vigilância que possa alertar a população com mais celeridade sobre doenças que venham a afetar animais e humanos.
Segundo o documento encaminhado ao Departamento de Agricultura dos EUA, na semana que se encerrou em 1º de maio, os produtores de suínos viram suas vendas cair US$ 6,9 milhões em comparação com o movimento registrado em 24 de abril. No mercado à vista, nesse mesmo intervalo, o preço médio caiu US$ 6,74 por cem libras de carcaça.
Ainda de acordo com os dados apresentados pela entidade ao governo, o custo médio de produção por cabeça, nos EUA, é de US$ 139,45. Em 1º de maio, a receita média obtida com cada animal foi de US$ 121,76, o que significou, naquele momento, uma perda de US$ 17,69 por cabeça para os produtores americanos. Com um abate diário de 410 mil cabeças, esse buraco representou, no primeiro dia deste mês, uma perda de aproximadamente US$ 7,2 milhões por dia. “Esta é a perda que os produtores estão enfrentando neste momento”, afirma o documento.