Os papéis da Sadia e Perdigão registram valorização na primeira etapa de hoje na BM&FBOVESPA. Os ordinários da Sadia (SDIA3) subiam 4,15%, a R$ 5,77, com giro de R$ 1,196 milhão, enquanto que os preferenciais (SDIA4) avançavam 3,11%, a R$ 4,64, com volume de R$ 25,785 milhões. Já os ordinários da Perdigão (PRGA3) apreciavam 1,41%, a R$ 35,90, com giro de R$ 13,245 milhões.
Segundo o analista da Link Investimentos, Rafael Cintra, o movimento é impulsionado pela proximidade do fechamento de uma união entre as duas empresas. “Poderia até ser uma valorização maior, mas acho que o mercado está equilibrando os valores para que a operação não ultrapasse esses preços atuais”, disse.
O especialista, que já fez algumas simulações sobre a transação, acredita que o valor ideal a ser pago nas ações ordinárias da Sadia seja de R$ 6,00, o que seria benéfico para a Perdigão, que não teria o risco de pagar um valor muito alto pela sua rival.
A Sadia, em comunicado ao mercado na noite de ontem, informou que as negociações sobre uma possível fusão com a Perdigão continuam em andamento, mas ainda não há nenhum acordo formalizado. Procurada pela Agência Leia, a Perdigão, por meio de sua assessoria, mantém posição parecida, ressaltando o documento enviado à autarquia no último dia 12.
No entanto, os principais jornais desta quinta-feira afirmam que o negócio entre as duas companhias de alimentos já foi fechado. E o mercado aguarda uma definição ainda hoje ou até amanhã.
Também em alta estavam as ações ordinárias da Marfrig (MRFG3) que subiam 11,21%, a R$ 11,80, com volume de R$ 9,844 milhões. Ontem à noite, a empresa informou que reverteu o lucro de R$ 25 milhões apresentado no primeiro trimestrede 2008 e teve prejuízo líquido de R$ 38,2 milhões nos primeiros três meses deste ano.
A receita líquida da empresa subiu 110,9% no período, indo de R$ 1,067 bilhão para R$ 2,251 bilhões no período de 2009. Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 28,5%, passando de R$ 127,331 milhões para R$ 163,576 milhões, na mesma base de comparação.
Em teleconferência com analistas hoje, o presidente da empresa, Marcos Molina dos Santos, disse que a compra de outras empresas do setor de alimentos não está descartada pela Marfrig, mas não é o foco da companhia no momento.
“Temos conversado com a indústria, incluindo o Bertin, porque há um movimento no mercado para isso. Mas a estratégia agora é conseguir todas as sinergias das aquisições, diminuir nossas despesas e reduzir nossa alavancagem”, falou o presidente.
Segundo ele, “tudo o que saiu nos jornais sobre a Bertin é secundário” e a empresa não fará nenhum negócio que não tenha lógica e fundamentos sólidos para a companhia e seus acionistas. A Marfrig também disse que pode até captar recursos nos países onde atua, como Inglaterra, França e Uruguai, mas que a preocupação é buscar ganhos de sinergias nas unidades compradas.