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Comentário Avícola

28 de Agosto: Dia da Avicultura, da para comemorar? - por Valter Bampi

A capacidade das aves em produzir produtos alimentares de grande valor nutritivo, com um investimento financeiro relativamente baixo, colocou a produção desses animais entre uma das atividades mais importantes na economia nacional.

Diretor Agropecuário da Big Frango
Diretor Agropecuário da Big Frango

Segundo historiadores a galinha foi um dos primeiros animais domésticos a chegar ao Brasil, merecendo citação especial na célebre carta na qual Pero Vaz de Caminha narrava às novidades da região, citando o momento em que os índios se deparam com uma galinha. Escreveu Caminha: “Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela, não lhe queriam pôr a mão e depois a tomaram como que espantados”. Não se pode afirmar que os portugueses tenham deixado, nessa primeira viagem, quaisquer animais domésticos no costa da Bahia. É certo, porém que em 1503, a expedição exploradora de Gonçalo Coelho, que percorreu a costa brasileira até a baia do Rio de Janeiro, trouxe casais de galinhas que se aclimataram perfeitamente a região, passaram a se multiplicar. Essas galinhas eram espécies de origem mediterrânea, sendo a raça mais conhecida a Brown Leghorn. Com a introdução das raças de galinha asiáticas e orientais, durante o período colonial, a galinha da terra foi se transformando e deu origem assim à vulgarmente conhecida galinha crioula. No entanto as aves crioulas (galinhas caipiras) eram criadas soltas próximas às habitações e demoravam 24 semanas para atingir o peso de abate, na faixa de 2,5 quilos ou mais.

A capacidade das aves em produzir produtos alimentares de grande valor nutritivo, com um investimento financeiro relativamente baixo, colocou a produção desses animais entre uma das atividades mais importantes das famílias rurais, sendo a agricultura familiar a principal forma de criação de galináceos, antes do processo de modernização Os primeiros dados estatísticos sobre a produção comercial de aves e ovos no Brasil surgiram em Minas Gerais, por volta de 1860, quando este Estado começou a vender galinhas para outras regiões do País. Em 1860/61 a quantidade exportada por Minas Gerais era de apenas 40 mil kg de aves vivas. Em 1910, esse total saltou para 3.123 toneladas. Já no Rio de Janeiro, em 1904, as exportações deram conta de um total de 1.048 toneladas de aves vivas. Em 1911 a venda atingiu 1.568 toneladas, um incremento de 40%.Em razão da necessidade de abastecer os mercados que já eram gigantescos, teve início em 1930, o processo de modernização e de produção em escala da avicultura no País. Nesta época os animais eram abatidos com 16 semanas, o que tornava a produção onerosa e o preço do frango mais elevado.
No final da 50, nos Estados da Região Sudeste, principalmente, em São Paulo, quando a avicultura brasileira ganhou impulso com os avanços da genética, de bioseguridade com desenvolvimento de vacinas, nutrição balanceada, manejo e equipamentos específicos para criação, o frango de corte passou a ser vendido com 8 semanas, permitindo uma queda no preço de venda e com isso o frango, que antes era um prato especial de festas e do jantar de domingo, passou a ser parte do cardápio das refeições de qualquer dia. Hoje, os frangos de corte são abatidos na faixa de 40 a 45 dias de idade e peso médio acima 2,0 kg, com Conversão Alimentar abaixo de 2 kg de ração para atingir 1 kg de frango vivo, com grande viabilidade no final dos lotes. O Brasil conquistou em 2004 o primeiro lugar na exportação de carne de frango, sendo hoje um dos três maiores produtores do mundo. Este ano espera-se a recuperação do mercado, mas a produção brasileira de carne de frango atingira com certeza um incremento como ocorrem todos os anos. Essa extraordinária evolução nos mostra que as pesquisas na área de nutrição, melhoramento genético, bem estar e sanidade avícola tornaram a indústria avícola a mais moderna, mais científica e mais eficiente do agronegócio.
Hoje, somos o líder em exportação e o terceiro em produção no mundo e passamos, atualmente, pela pior crise da avicultura industrial brasileira, em razão da alta dos insumos agrícolas que alimentam as aves, falta de credito ao setor e preço defasado de uma carne nutritiva, saudável e de acesso a todas as classes sócias e, então no dia da Avicultura, hoje, 28 de agosto, todos reflitam da importância desse segmento no agronegócio brasileiro, que impulsiona a economia deste pais, sendo um projeto sustentável,  em todos os aspectos, no campo social na geração de emprego e segurando o home no campo, no ambiental utilizando pouca extensão de terra  e atendendo todas as normativas em andamento e no econômico impulsionando o respeito do país no cenário internacional. Avicultura vai sair dessa e será mais respeitada do que e, com a parceria de todos nesse processo, iniciativa privada e publica parabéns guerreiros avicolas no seu dia!

Valter Bampi, médico veterinário, professor universitário e especialista avícola.