Segundo historiadores a galinha foi um dos primeiros animais domésticos a chegar ao Brasil, merecendo citação especial na célebre carta na qual Pero Vaz de Caminha narrava às novidades da região, citando o momento em que os índios se deparam com uma galinha. Escreveu Caminha: “Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela, não lhe queriam pôr a mão e depois a tomaram como que espantados”. Não se pode afirmar que os portugueses tenham deixado, nessa primeira viagem, quaisquer animais domésticos no costa da Bahia. É certo, porém que em 1503, a expedição exploradora de Gonçalo Coelho, que percorreu a costa brasileira até a baia do Rio de Janeiro, trouxe casais de galinhas que se aclimataram perfeitamente a região, passaram a se multiplicar. Essas galinhas eram espécies de origem mediterrânea, sendo a raça mais conhecida a Brown Leghorn. Com a introdução das raças de galinha asiáticas e orientais, durante o período colonial, a galinha da terra foi se transformando e deu origem assim à vulgarmente conhecida galinha crioula. No entanto as aves crioulas (galinhas caipiras) eram criadas soltas próximas às habitações e demoravam 24 semanas para atingir o peso de abate, na faixa de 2,5 quilos ou mais.
No final da 50, nos Estados da Região Sudeste, principalmente, em São Paulo, quando a avicultura brasileira ganhou impulso com os avanços da genética, de bioseguridade com desenvolvimento de vacinas, nutrição balanceada, manejo e equipamentos específicos para criação, o frango de corte passou a ser vendido com 8 semanas, permitindo uma queda no preço de venda e com isso o frango, que antes era um prato especial de festas e do jantar de domingo, passou a ser parte do cardápio das refeições de qualquer dia. Hoje, os frangos de corte são abatidos na faixa de 40 a 45 dias de idade e peso médio acima 2,0 kg, com Conversão Alimentar abaixo de 2 kg de ração para atingir 1 kg de frango vivo, com grande viabilidade no final dos lotes. O Brasil conquistou em 2004 o primeiro lugar na exportação de carne de frango, sendo hoje um dos três maiores produtores do mundo. Este ano espera-se a recuperação do mercado, mas a produção brasileira de carne de frango atingira com certeza um incremento como ocorrem todos os anos. Essa extraordinária evolução nos mostra que as pesquisas na área de nutrição, melhoramento genético, bem estar e sanidade avícola tornaram a indústria avícola a mais moderna, mais científica e mais eficiente do agronegócio.
Hoje, somos o líder em exportação e o terceiro em produção no mundo e passamos, atualmente, pela pior crise da avicultura industrial brasileira, em razão da alta dos insumos agrícolas que alimentam as aves, falta de credito ao setor e preço defasado de uma carne nutritiva, saudável e de acesso a todas as classes sócias e, então no dia da Avicultura, hoje, 28 de agosto, todos reflitam da importância desse segmento no agronegócio brasileiro, que impulsiona a economia deste pais, sendo um projeto sustentável, em todos os aspectos, no campo social na geração de emprego e segurando o home no campo, no ambiental utilizando pouca extensão de terra e atendendo todas as normativas em andamento e no econômico impulsionando o respeito do país no cenário internacional. Avicultura vai sair dessa e será mais respeitada do que e, com a parceria de todos nesse processo, iniciativa privada e publica parabéns guerreiros avicolas no seu dia!
Valter Bampi, médico veterinário, professor universitário e especialista avícola.