Redação (28/03/07) – O Crédito de Carbono é devido ao Brasil, mais especificamente ao povo brasileiro, especialmente aos “filhos da Amazônia”, povos amazonenses para que tenham condições de conservar a Selva Amazônica intacta, o pulmão verde do mundo respirando em toda sua potência, plenitude, intensidade e continuar sendo uma reserva de água doce capaz de suprir não só as necessidades brasileiras, mas também as do mundo.
Para que este povo tenha um desenvolvimento sustentável e aprenda a conviver com a floresta que pode ser explorada sem ser destroçada pela ganância de alguns poucos cidadãos inescrupulosos.
Para que aprenda a colher as árvores maduras sem destruir as que estão a sua volta.
Que se criem mecanismos internacionais para que o Crédito de Carbono não caia em mãos erradas, em mãos de “políticos” corruptos que desviem esses recursos para pagar salários extorsivos e financiar a corrupção.
O Crédito de Carbono é devido aos Empresários da Agroindústria quando não poluem o Meio Ambiente, quando tratam os dejetos gerados em suas indústrias em reatores anaeróbios e aeróbios, gerando e utilizando o gás natural para produção de energia própria em suas empresas. Utilizando biodigestores para geração e aproveitamento de bio fertilizantes, retornando ao solo o que é do solo, evitando ao máximo o fertilizante químico.
Fazendo reflorestamento, principalmente, recompondo as matas ciliares responsáveis pela fixação da água no solo e perenização dos rios e lagos.
Tratando e reutilizando seus efluentes líquidos, recuperando a água para reuso na própria empresa, aliviando a sangria dos corpos d’água em até 80%.
Hoje é possível integrar o tratamento dos dejetos de forma a se obter energia, biofertilizante e água para reuso, utilizando-se de um único reator, mas a maioria dos empresários da agroindústria prefere descartar os seus dejetos in natura nos corpos d’água, no meio ambiente.
Só para ilustrar, um único porco produz dejetos por dez homens.
Uma pocilga industrial, para se sustentar economicamente, precisa de pelo menos três mil porcos equivalendo em termos de agressão ao Meio Ambiente a uma cidade de trinta mil habitantes.
Um único Município do Estado de Minas Gerais possui um centro empresarial agropecuário com cerca de duzentas pocilgas!
Merecem o Crédito de Carbono, com certeza, os empresários que exploram o gás natural gerado em aterros sanitários, transformando-o em energia e evitando uma poluição vinte e uma vezes maior quando transformado em gás carbônico pela geração de energia.
Merecem toda repulsa alguns empresários que simulam incinerar resíduos urbanos, em co geração de energia elétrica, justificando assim os seus Créditos de Carbono.
Mas a realidade é bem outra, estão queimando combustíveis nobres e usando o lixo urbano para uma camuflagem, uma fraude grotesca. Estas empresas deveriam ser fiscalizadas pelo poder público e pelas fontes pagadoras de Crédito de Carbono urgentemente.
A energia gerada pelo lixo urbano é baixa, mal suficiente para sua completa combustão. A energia gerada na incineração do lixo no máximo poderia se aproveitada para calefação, energia de baixa temperatura e nunca para impulsionar uma turbina geradora de energia elétrica pois, para isso, faz-se necessária a geração de vapor em alta pressão conseqüência de altas temperaturas.
Faz lembrar aquela historinha do Pedro Malazarte:
Um mendigo caipira, muito esperto, perambulava pelas estradas do interior, levando um embornal com uma panela e algumas pedras. Quando sentia fome, parava junto à porta de uma residência rural, perto da estrada e improvisava um fogão, colocando, sobre o fogão, a panela com água e as pedras e punha o conjunto para ferver.
O morador, curioso, se aproximava e indagava sobre o que estava fazendo. O esperto andarilho logo explicava que estava fazendo uma sopa de pedras. Penalizado, o morador trazia, grãos, carne, legumes, etc.
Dessa forma, a sopa de pedras se transformava numa nutritiva e suculenta sopa…
E assim o nosso esperto caipira andarilho ia vivendo.
A maioria dos empresários da co-geração simula gerar energia a partir dos resíduos urbanos, mas, na realidade, está queimando combustíveis nobres, poluindo a atmosfera com verdadeiras usinas termoelétricas e auferindo lucros fraudulentos com o Crédito de Carbono.
Da mesma forma, a maioria dos empresários nos estados de maior concentração de pocilgas oferece em seus tratamentos dos efluentes pseudo reatores, travestidos de biodigestores que simulam tratamento do esgoto mas, na realidade, conseguem aproveitar mal e porcamente 30% dos gases e descartam, ainda verde, (com patogenia ainda latente) a massa de resíduo sem a maturação adequada em suas pastagens, lavouras ou corpos receptores.
Vale lembrar que as pocilgas existentes nos estados do Sul do País, se apurarmos, constataremos que poluem o meio ambiente mais que a população humana.
Até quando suportaremos esta situação do faz de conta?
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