Conquistas e dificuldades fazem parte da história da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Lembranças de anos de dedicação à suinocultura foram o destaque do encontro dos presidentes da associação na última quarta-feira (08), que abriu as comemorações de 60 anos da ABCS, em Estrela (RS), cidade onde tudo começou.
A ABCS organizou um encontro e convidou oito presidentes anteriores da instituição para esse momento especial. Entre os convidados, o atual presidente, Marcelo Lopes, recebeu Paulo Tramontini (1987-1990), João Luis Seimetz (1991-1994), José Adão Braun (1999-2005), Rubens Valentini (2005 a 2009) e Irineu Wessler (2009-2011), todos com colaborações inestimáveis ao setor ao longo dos anos de atuação da entidade.
Marcelo Lopes abriu a solenidade apresentando o trabalho da instituição na última década. Foi exposto um panorama das ações da instituição desde 2009, como o aumento do consumo da carne suína para 15 kg per capita, a oferta de diferentes cortes para o consumidor, a capacitação de açougueiros e da indústria e o envolvimento político da ABCS na busca por melhores condições para os criadores que trabalham de forma integrada com grandes empresas. O momento contou com a presença do diretor executivo da ABCS, Nilo de Sá, e da coordenadora do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), Lívia Machado.
Apesar das diversas conquistas, o desafio na suinocultura continua presente. O melhoramento genético da carne suína, que passou do porco banha para a proteína mais saudável que conhecemos hoje, e o registro genealógico foram os primeiros desafios vencidos pela ABCS junto com os produtores.
José Adão Braun se junta ao coro e ressalta que todos os presidentes caminharam em direção ao mesmo objetivo, que é sempre melhorar o mercado interno da carne suína. De acordo com ele, “houve um aumento extraordinário em termos de produtividade, produção e na área sanitária e muitas mãos contribuíram pra isso”, e completou: “Lutamos muito para a suinocultura brasileira deixar de produzir banha e produzir carne, porque a banha estava com os dias contados, pois foi substituída rapidamente pelos óleos vegetais e hoje me emociono de ver aonde chegamos”.
Para Rubens Valentini a continuidade das ações mesmo com a mudança de presidentes é um ponto positivo para a associação e para a suinocultura. “Sempre que a gente puder integrar aquilo que já foi realizado, teremos um salto de qualidade”. Entusiasta de ações de marketing para melhorar a aceitação da carne suína no país e responsável pela criação de um dos programas mais atuantes da associação, o PNDS, Valentini acredita que a ABCS está no caminho certo.
Irineu Wessler considera um dos maiores desafios do seu mandato e da própria ABCS integrar os três elos da cadeia, a produção, industrialização e comercialização. Mas comemora as relações firmadas durante seu mandado. Além de importantes parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e com o Ministério da Agricultura (MAPA), Wessler ainda estreitou a relação com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O atual presidente da ABCS, Marcelo Lopes, acredita que todas as ações desenvolvidas pelos presidentes até hoje resumem ainda a um desafio presente e atual: quebrar paradigmas e preconceitos com relação a carne suína perante especialistas da área de saúde e consumidor e melhorar o consumo interno da proteína. A expectativa é que em um futuro próximo esse problema seja mais uma conquista. “Resolver essa questão trará oportunidades para que possamos focar em outras questões. Quero que os futuros presidentes tenham novos desafios para aprimorar nossa suinocultura”.
Brinde aos 60 anos
Após a apresentação, os presidentes brindaram seis décadas de ABCS, seguido por um jantar comemorativo junto com os colaboradores de associação em Estrela (RS) e alguns de Brasília (DF). O encontro também foi oportunidade para convidar os presentes para o XVI Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS), que será realizado em julho no resort Vila Galé de Cumbuco, no Ceará.