Buscar manter a sanidade do rebanho suíno e trazer melhorias na vigilância das enfermidades que atingem a cadeia é uma das propostas do Manual de Doenças Virais de Importância na Produção de Suínos, publicado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). A elaboração deste material contou com a dedicação da Médica Veterinária, Doutora Masaio Mizuno Ishizuka e com a coautoria de profissionais com especificidade e competência na área. Com mais de 300 páginas, o conteúdo é técnico e visa auxiliar os profissionais do setor com informações qualificadas e atualizadas sobre as principais doenças que atingem a cadeia, além de trazer ações que diminuem os riscos da entrada dessas enfermidades no Brasil. O Manual já está disponível para download no site da ABCS.
Dividido em nove capítulos que vão desde a Epidemiologia Aplicada à Suinocultura, Peste Suína Africana, Peste Suína Clássica, Febre Aftosa em Suínos, Senecavírus A, Gastroenterite Transmissível dos Suínos, Doença Vesicular dos Suínos, Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos e a Prevenção e Controle de Roedores na Suinocultura, o Manual é didático e conta com diversas ilustrações e mapas atualizados.
Para a Doutora Masaio Mizuno Ishizuka o material dá continuidade ao trabalho já realizado sobre Doenças Virais na Suinocultura. “Trabalhamos em conjunto para criar este Manual repleto de conhecimentos de clínica, patologia e epidemiologia que é a sequência natural para fins de profilaxia, informações práticas para aplicação na rotina bem como um breve contexto histórico, resultado dos conhecimentos acumulados em jornadas acadêmicas e profissionais”, reforça. A veterinária pondera ainda que o material facilitará a transferência de conhecimentos e de informações que são consideradas necessárias nas atividades da suinocultura. “Espero que o material tenha de grande proveito e propicie e crescimento e aprimoramento de todos profissionais diretamente ligados à saúde dos suínos e possa desenvolver habilidades de investigação, de monitoramento de programas e vigilância principalmente das doenças já erradicadas e exóticas.”
O material é fruto de parcerias com instituições como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS) e a Associação de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos (ABRAVES). Unidas, as entidades buscaram contribuir para o desenvolvimento de diversos eventos e workshops em 2019 e agora fazem mais essa entrega técnica-científica. O presidente da ABCS, Marcelo Lopes destaca que as parcerias trouxeram bons frutos, visto que o conteúdo é extremamente pertinente aos suinocultores e aos colaboradores que atuam nas granjas. Lopes lembra ainda que o Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo, se tornando cada vez mais competitivo e fazendo com que a proteína suína brasileira seja consumida em mais de 100 países. “Para que possamos manter o protagonismo, devemos preservar nosso maior diferencial competitivo que é a sanidade. É essencial que profissionais envolvidos na atividade conheçam as doenças que estão ameaçando mundialmente a suinocultura e, principalmente, adotar medidas de biosseguridade para reduzir o risco da entrada destas doenças no país e nas granjas.”
A diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke explica que a ideia do Manual é facilitar a absorção do conhecimento e memorização a todos os profissionais que atuam no campo, para que possam reconhecer rapidamente os sinais das doenças de notificação obrigatória (e as similares que podem confundir).” Para evitar a disseminação viral, é essencial promover uma rápida atuação de todos, comunicando o Serviço Veterinário Oficial mais próximo para evitar que doenças adentrem o rebanho.” Ludtke cita ainda a Peste Suína Africana, que vem afetando a população de suínos domésticos e asselvajados na Europa e Ásia. “A propagação dessa doença causa sérias consequências socioeconômicas e na saúde dos animais. Temos que estar cientes que a mais importante barreira para as enfermidades citadas são as medidas de biosseguridade que devem ser adotas nas granjas.”
Ludtke destaca ainda que que é essencial unir esforços para capacitar todos profissionais envolvidos na produção suinícola, e por isso a elaboração do material. “Conhecer a doença e os agentes envolvidos são atitudes fundamentais e por isso o compartilhamento de informações de qualidade são importantes para sabermos como atuar rapidamente quando uma doença surge.” Ela finaliza dizendo que “a melhor forma de enfrentamento à doença é trabalhar com a prevenção, investindo em aprimoramento da biosseguridade como um todo”, para a diretora independentemente da enfermidade a suinocultura deve estar sempre preparada para contornar a situação.
O material completo já está disponível para download, e pode ser acessado clicando aqui.