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Abrindo caminhos

Com o início das operações de sua unidade multiplicadora de genética de perus no Brasil, a Agrogen torna-se a primeira e única empresa apta a fornecer matrizes para o mercado aberto nacional e da América do Sul.

Redação AI (Edição 1108/2003) – A empresa multiplicadora de genética Agrogen começou o ano de 2003 dando início a um projeto audacioso. Visando aumentar sua participação no mercado avícola nacional e sul-americano, a companhia inaugurou em janeiro, no município de São Francisco de Paula (RS), uma moderna granja de avós de perus. Com o início das operações de sua nova unidade multiplicadora de genética, a Agrogen torna-se a primeira e única empresa nacional apta a fornecer matrizes de perus para o mercado aberto do Brasil e da América do Sul. “Prospectando o mercado, pudemos constatar a evolução do consumo da carne de peru e de sua crescente industrialização”, afirma Heitor José Müller,  diretor da empresa. “Apostando na possibilidade de um incremento no consumo, fato que se vislumbra em vários países, decidimos nos dedicar também a essa atividade”. O diretor ainda ressalta o fato de não existir no Brasil,

A demanda por produtos à base de carne de peru já pode ser conferida pela diversidade nos supermercados

e mesmo em toda a América do Sul , nenhuma empresa multiplicadora de genética de perus para atender as necessidades desse nicho de mercado. “Por esses fatores, vimos nessa atividade uma grande oportunidade de ampliar nosso campo de atuação, uma vez que já que estamos envolvido com melhoramento genético”, completa. A genética de perus multiplicada pela Agrogen é fornecida pela empresa anglo-americana, com sede nos EUA, a British United Turkey of America (B.U.T.A).

Toda a produção de matrizes da Agrogen deste ano já tem destino certo. Em 2003, 100% do fornecimento de matrizes de peru das agroindústrias Doux Frangosul e Perdigão serão realizados pela empresa. As primeiras matrizes produzidas na unidade de São Francisco de Paula já chegaram ao mercado. O primeiro lote comercial, incubado no final do ano passado, nasceu no dia 14 de janeiro e já foi entregue à Doux Frangosul.

A empresa Fundada em 1990, a Agrogen Desenvolvimento Genético Ltda., empresa dedicada à multiplicação genética de frangos, suínos e agora perus, nasceu como braço genético da então totalmente brasileira Frangosul. “Pelo porte da Frangosul, era conveniente e economicamente viável a implantação de um sistema próprio de multiplicação genética para aves e suínos”, relembra Müller, na época, um dos acionistas da agroindústria. “A formação de uma empresa paralela, a Agrogen, foi a solução estratégica encontrada para concretizar o investimento”. Com a venda do controle acionário da Frangosul para uma empresa francesa em 1998, a Agrogen ganhou vida própria e, além de continuar atendendo as necessidades da Frangosul e do mercado aberto, foi aumentando significativamente o número de seus clientes com o passar dos anos.

Heitor Müller: “Brasil tem potencial para se transformar num dos maiores produtores de carne de peru”

Sediada em Montenegro (RS), a Agrogen conta hoje com 225 funcionários e tem como principais clientes, além da Frangosul, a Seara, a Perdigão, Globoaves, Avícola Catarinense, Coopercentral, Avícola Pato Branco e Copacol. Ao investir na multiplicação genética de perus, a companhia, além de preencher lacunas de fornecimento e distribuição de matrizes e atender às exportações, poderá também viabilizar a criação das aves para empresas de médio e pequeno portes, até então alijadas do negócio por conta das dificuldades inerentes à importação das matrizes.

Futuro promissor – Não foi por acaso que a Agrogen decidiu explorar as possibilidades desse tipo de atividade. O mercado de produtos à base de carne de peru tem se mostrado bastante promissor não só no Brasil como em vários outros países. Em regiões como a Europa e a América do Norte, o consumo per capita de carne de peru representa cerca de 20% do consumo anual de carne de frango. Já no Brasil, que ostenta um consumo per capita de carne de frango em torno de 34 quilos, o consumo de carne de peru estimado ainda é inferior a 1 quilo por habitante/ano. “Isso é um sinal claro de que há um espaço imenso para o crescimento dessa atividade no Brasil”, afirma Müller.

Por muito tempo restrito às festas de fim de ano, o consumo de carne de peru há vários anos vem evoluindo no Brasil. “Há cinco anos o consumo per capita de carne de peru era de cerca de 200 gramas. Hoje, esse consumo já está na faixa dos 600 gramas por habitante/ano”, revela o diretor.

Por tratar-se de uma proteína animal com baixos níveis de gordura e colesterol e de alto teor protéico, a carne de peru vem despertando a atenção de nutricionistas e consumidores, que cada vez mais interessam-se por produtos que possam lhes garantir uma dieta balanceada. O mercado brasileiro já percebeu o crescente interesse. O número de produtos industrializados a partir da carne de peru, atualmente disponíveis nos supermercados, cresceu significativamente nos últimos cinco anos. “Hoje, em qualquer supermercado é possível encontrar uma gama de produtos feitos à base da carne de peru”, diz Müller. Igualmente, é cada vez maior o número de restaurantes que oferecem em seus cardápios pratos preparados a partir da carne desta ave.

Carne de Peru – proteína animal com baixos níveis de gordura e colesterol e alto teor protéico

Características como alto rendimento de carcaça e a propensão da carne de peru para a produção de embutidos e industrializados são outras qualidades que demostram as suas potencialidades comerciais. “O Brasil tem potencial para se transformar em um dos maiores produtores de carne de peru”, acredita Müller. “O que hoje é feito com o frango, ou seja, produzi-lo com extrema qualidade e competitividade é possível fazer também com o peru. A Agrogen pretende ser um dos indutores desse processo”.

Estado de arte – Com capacidade de produção de 320 mil matrizes por ano, a nova unidade multiplicadora da Agrogen, que inicialmente estará voltada ao atendimento do mercado nacional, deve produzir em 2003 aproximadamente 270 mil matrizes. “A partir de 2004 iremos produzir 320 mil matrizes e pretendemos, no prazo de três anos, atingir a produção de 640 mil matrizes/ano”, revela Gerson Luís Müller, gerente administrativo da empresa.

Os planos da empresa são audaciosos. Segundo Gerson, a estratégia da companhia é, ao mesmo tempo, atender a demanda do mercado interno e conquistar o mercado latino-americano. “Durante este ano vamos desenvolver um trabalho forte para conquistar novos clientes na América Latina, que hoje importam matrizes de outros países. A Agrogen por estar localizada no Brasil, e portanto mais perto desses países, tem condições de oferecer um produto mais barato”, diz. “Temos certeza absoluta de que a Agrogen vai dominar grande parte do mercado latino-americano e isso vai ser desenvolvido exatamente para que possamos dobrar nossa capacidade de produção atingindo o nosso objetivo que é produzir 640 mil matrizes por ano”.

Estrutura da granja – Resultado de um investimento superior a US$ 3 milhões, o novo empreendimento da Agrogen foi cuidadosamente estudado antes de ser implementado. O projeto teve início há dois anos, por meio da aquisição da área onde foi instalada a unidade multiplicadora. Em janeiro de 2002, foram iniciados os trabalhos para a construção do complexo que conta com portaria central, três núcleos de recria e três núcleos de produção, além do incubatório específico para a produção de matrizes. Todo o complexo foi projetado para ser ampliado assim que necessário.

Primeiro lote: As primeiras matrizes produzidas pela Agrogen já chegaram ao mercado

Minuciosamente projetada, a unidade de perus da Agrogen chama a atenção pelo nível tecnológico empregado nas construção de suas instalações e nos equipamentos que compõem cada núcleo do projeto. Os cuidados com a biossegurança são tão rigorosos que beiram o obsessivo. A unidade foi construída num local isolado, onde não há qualquer outro tipo de criação animal. Para garantir maior segurança ao complexo, o incubatório foi construído a cinco quilômetros da área onde foram instaladas as granjas de produção e recria. “Toda a estrutura do negócio de perus da Agrogen foi projetada com muito cuidado, a fim de assegurar o maior nível técnico e sanitário”, afirma Irton José Boni, médico veterinário e gerente de produção da empresa. “Tudo para garantir um produto de extrema qualidade para nossos clientes”.